Leilão de energia garante oferta acima da demanda prevista para 2013

30/09/2008 - 17h51

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O leilão de energia nova A-5, realizado hoje (30) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), contratou 5.566 megawatts (MW) de energia para o sistema elétrico brasileiro e movimentou R$ 60,5 bilhões. Os investimentos na construção das usinas estão estimados em cerca de R$ 11 bilhões.Com a operação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o leilão chegou a ser suspenso no início da manhã em razão de uma ameaça de bomba e só foi retomado depois de uma varredura no local. Segundo informações da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a energia, em capacidade instalada, que equivale a 3.125 MW médios, será gerada por 24 usinas. O preço final médio negociado foi de R$ 141,88/MWh.Com o resultado do leilão, a Aneel conseguiu garantir o atendimento de 104,6% da demanda de mercado prevista de 2.988 megawatts médio, pelas empresas distribuidoras para o ano de 2013, quando a energia começará a ser entregue. Das 146 usinas habilitadas, apenas 49 participaram efetivamente da licitação. Foram comercializadas uma usina hidrelétrica e 23 usinas térmicas: uma com geração a partir do bagaço da cana-de-açúcar, uma a carvão mineral importado, quatro a gás natural liquefeito e 17 de óleo combustível. Com 350 megawatts de potência, a hidrelétrica de Baixo Iguaçu (PR) foi arrematada pela empresa Neonergia, com um preço médio de negociação de R$ 98,98/MWh, ao longo de 30 anos de contrato. Na avaliação do presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, o resultado do leilão representou “um sinal de confiança enorme por parte dos investidores no setor de infra-estrutura no país, na medida em que os investimentos se dão em um momento de muita turbulência no mercado financeiro internacional”.A mesma opinião foi manifestada pelo presidente do Conselho de Administração da CCEE, Antônio Carlos Fraga Machado. Ele ressaltou, ainda, que, por decisão da Justiça, as usinas termelétricas MC2 Gravataí e MC2 Osório foram excluídas do leilão, devido a questões ambientais.