Fábio Camargo diz que quer ser o prefeito dos bairros de Curitiba

16/09/2008 - 6h14

Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O deputado estadual Fábio Camargo, do PTB,é o candidato à prefeitura de Curitibapela coligação “Uma sóCuritiba”, formada pelo seu partido e pelo PRTB. Em sua campanha, o candidato tem afirmado que quer ser o prefeito dos bairros.Na área da saúde, ele apontou doisproblemas graves para os quais prometeu soluções. “O primeiro é a fila nos atendimentosespecializados nos postos de saúde. A espera chega até a um ano, dependendo doespecialista. Um desrespeito ao contribuinte. O segundo é a falta de leitos noshospitais do SUS [Sistema Único de Saúde]. As emergências do Cajuru, Hospital do Trabalhador eEvangélico só não estão em colapso por causa da Lei Seca, que diminuiu em 20% onúmero de acidentes”, observou.Faz parte do seu programa degoverno aumentar o número de leitos, credenciandohospitais nos bairros. Segundo Fábio Camargo, "a  administração desseshospitais deve ser  feita em conjunto comas organizações sociais, estado e prefeitura financiando o custo real doatendimento, como acontece em São Paulo".

“Vamos implementar tecnologia nos postos de saúde einterligá-los com o Cartão Saúde. As famílias em situação de risco, de posse do cartão, poderão utilizar qualquerposto de saúde onde há um especialista disponível e não ficarão em filas. Paraisso, serão abertos novos concursos para a contratação de médicos eenfermeiros", prometeu.

No seu plano de governo para a educação, o candidato afirmou que Curitiba precisa melhorar as condições de trabalho dosprofessores, dar acesso a ferramentas de ensino mais modernas e ampliar asvagas nas creches e na pré-escola. “É preciso educar a criança a partir das creches, que hoje não passam dedepósitos/dormitórios”, criticou. Os professores da rede municipal terão prêmiospor desempenho. Serão aplicados sistemas de gestão de resultados. Segundo ocandidato, uma  rede que atende mais de105 mil crianças tem que ser considerada uma grande empresa.

“Temos também um grande projeto de fazer a trocade cadernos por laptops, com recursos doMEC [Ministério da Educação]. Queremos implementar o cinema e acultura na escola, com a instalação de projetores multimídia e telas infláveis,além de incentivar a criação das oficinas de dança e teatro. Por meio doscursos profissionalizantes, onde o aluno aprende e se credencia ao mercado detrabalho, teremos um ensino público de qualidade e resultados",  afirmou.

Na área de transportes, o candidato disse que a população está sendo enganada por umprojeto de metrô subterrâneo, "que não vai sair do papel". Segundo ele, oscuritibanos mais antigos sabem que, no centro da cidade, existe o Rio Ivo, quenasce na altura da rua Vicente Machado e vai até a rua Mariano Torres. “Parafazer o metrô subterrâneo será preciso escavar oito metros abaixo do leito dorio, o que vai encarecer demais a obra e, conseqüentemente, a tarifa dotrem”.

Segundo Camargo, o sistema viário dacidade, com seus binários e canaletas de ônibus, é bom e consagrado. “Osistema de transporte público ainda é referência, mas está se esgotando e dandosinais de alerta. É preciso aperfeiçoar esses sistemas, aproveitando as vias ecanaletas já existentes e implantar nelas um metrô de superfície, projeto cercade três vezes mais barato do que o metrô subterrâneo e que ficaria pronto em, nomáximo, quatro anos”, explicou. O trem movido a eletricidade é silencioso,confortável, moderno e rápido, porque não pára nos semáforos, que abremautomaticamente quando o metrô se aproxima. 

Ao abordar suaproposta para o saneamento, Camargo disse que o básico nos bairros de Curitiba é sofrível. “Vamosbuscar recursos do Ministério das Cidades e, com base no Estatuto da Cidade,monitorar e solucionar o problema das ligações clandestinas de esgoto quepoluem os nossos rios”, disse.Ele prometeu cobrar daSanepar [a Companhia de Saneamento do Paraná], que é uma empresa estadual, investimentos condizentes com osrecursos que são arrecadados por ela junto aos curitibanos. “E o problemade saneamento também é um problema de habitação. Curitiba tem 90 mil famíliasvivendo em 258 áreas de invasão, onde as casas não têm a mínima infra-estruturade esgoto. Muitas das famílias, que vivem nas áreas de invasão de Curitiba,estão na fila na Cohab, com dificuldades para obter crédito, porque não conseguemcomprovar renda”, disse.Ele afirmou que se for equacionada aquestão da moradia legalizada, logo também será minimizado o grave problema da falta de saneamento. Curitibano, 35 anos, Fábio Camargo começou suacarreira política em 2000, elegendo-se vereador pelo Partido Social Cristão(PSC) com 8 mil votos. Foi vice-presidente da Câmara dos Vereadores  e chegou a ocupar a prefeitura interinamentepor dez dias, sendo o prefeito mais jovem da história da capital.Em 2002 concorreu a deputado estadual, obtendo 34mil votos, mas não conseguiu a vaga na Assembléia Legislativa porque a legenda ficou com apenas uma cadeira. Voltou a eleger-se vereador em 2004, pelo PFL, com 18 mil votos, a terceira maiorvotação. Foi primeiro-secretário da Câmara, período em que administrou um orçamento superior a 60% das prefeiturasparanaenses.Em 2006 foi eleito deputado estadual (novamente pelo PFL), com 39mil votos. Nessa época, foi convidado pelo vice-presidente nacional do PTB,Flávio Martinez, a ingressar no partido, já com o objetivo de concorrer à prefeitura deCuritiba.