Estudo do Dieese aponta que ocupação no comércio tem aumentado

16/09/2008 - 17h13

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Um estudo divulgadohoje (16) pelo Departamento Intersindical de Estatísticas eEstudos Socioeconômicos (Dieese) indica que a ocupaçãono comércio aumentou 51,7% no Distrito Federal, 42,4% nasregiões metropolitanas de Salvador e 42,3% na de BeloHorizonte. Em Porto Alegre o crescimento foi de 21,9% e em SãoPaulo, 20,5%. A cidade de Recife teve o resultado mais baixo dasregiões pesquisadas, com apenas 4,5% de crescimento. O estudo está naprimeira edição do Boletim Trabalho no Comércio,que divulgará periodicamente as questões relacionadascom o trabalho no setor. Para a análise,foram utilizados dados obtidos a partir das Pesquisas de Emprego eDesemprego do Dieese realizada em cinco regiões metropolitanase no Distrito Federal. O boletim serádivulgado a cada quatro meses, com diferentes temas. De 2003 a 2007, segundoo estudo, houve aumento do número de vagas com carteira detrabalho assinada de 81,3% no Distrito Federal, com a incorporaçãode 40 mil trabalhadores formais. Em Recife, foram 24 mil pessoas comcarteira assinada, um incremento de 32,4%. Segundo os dados doboletim, em 2007 o total de empregados no comércio nas regiõespesquisadas teve jornada de trabalho semanal entre 43 e 48 horas. EmBelo Horizonte os trabalhadores tinham a menor jornada, de 43 horas,devido à proibição do trabalho nos domingos eferiados, e Recife foi a região que apresentou maior jornada,com 50 horas. A proporçãode ocupados que cumprem jornadas superiores a 44 horas, em BeloHorizonte, foi de 48,7%; em Porto Alegre, de 54,7%; em SãoPaulo, 55,7%; em Salvador, 57,6%; no Distrito Federal, 62,9% e emRecife, 65,6%.De acordo com o estudo,o rendimento médio para os ocupados no comércio noprimeiro semestre do ano ficou em R$ 578 para a regiãometropolitana de Recife e R$ 944 para São Paulo. Os contratados comcarteira assinada têm os maiores rendimentos, já os quenão têm contrato formal, o redimento médio foi58% menor em Recife e 86% em São Paulo do que os valoresrecebidos pelos empregados formais. Com relaçãoà jornada de trabalho, só em Belo Horizonte a jornadalegal foi respeitada, com as 44 horas semanais. As outras regiõesultrapassaram o período determinado por lei.Para o presidente daUnião Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, aatividade dos comerciários nunca foi levada a sério esempre houve poucos dados que fizessem a sociedade compreender aimportância da função e as complicaçõese as necessidades desses trabalhadores. “Esse boletim colocaráde quatro em quatro meses, com novas pesquisas, certas ansiedades einquietudes dos comerciários, como a quantidade de horastrabalhadas, a informalidade, a precariedade e a discriminaçãoracial”. Patah afirmou que alémda visibilidade que o boletim dará ao setor, os dadospermitirão que os sindicatos busquem as soluçõespara os problemas detectados. “Não vamos sónos lamentar e reclamar. Vamos diagnosticar e dar soluções”,defendeu.