Amorim evita comentar prisão de dirigente boliviano

16/09/2008 - 19h02

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das RelaçõesExteriores, Celso Amorim, não quis comentar a prisão dogovernador do departamento de Pando, Leopoldo Fernández, namanhã de hoje (16) por militares do Exército boliviano.Ele foi detido na sede do governo e levado para a cidade de LaPaz.Fernández é acusado pelo governo boliviano degenocídio, depois da morte de 30 camponeses nos últimosdias no departamento, que faz fronteira com o Acre, durantemanifestações contra o governo de Evo Morales. "Acabei de saberque houve uma prisão, uma acusação muito sériade genocídio. Não vou me pronunciar sobre assuntosinternos da Bolívia, mas entendo que os tramites legaise jurídicos estão sendo respeitados", disse.O ministro defendeu queé preciso ter respeito às instituições eà integralidade territorial da Bolívia. "Acho quetem de haver respeito à lei, à democracia e disposiçãopara o diálogo. Sem respeito à lei fica muito difícilter diálogo, mas tendo respeito à lei, àdemocracia, entendendo que não se pode mudar a vontade do povopor meio de ações violentas. Acho que eles terãoque dialogar e chegar às suas conclusões", disse. Ao comentar a reuniãode emergência da União das NaçõesSul-Americanas (Unasul), disse que foi uma demonstraçãode que o grupo de países está ativo. "Acho que éuma demonstração de que a Unasul está ativa eque quer apoiar a democracia, quer apoiar o governo constituídode Evo Morales, quer que acabe com as ações violentas,especialmente a ocupação de prédios públicos,e pediu também uma investigação sobre o massacreem Pando", afirmou.