Olimpíadas educacionais crescem no país

31/08/2008 - 14h36

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os jogos de Pequim jáforam encerrados, mas nas escolas do Brasil o clima olímpicopermanece. Na última semana, 18 milhões de alunos participaram daOlimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas(Obmep). O projeto é apenas um entre as váriascompetições educacionais que se espalham pelo país.Praticamente, há uma olimpíada escolar para cada áreado conhecimento. Entre as mais concorridas estão as Olimpíadas Brasileiras de Física, Astronomia, Química, Biologia,Informática, Geografia e Língua Portuguesa.Assim como os atletasdo esporte, os alunos passam por várias etapas de seleçãoaté a premiação com medalha de ouro, prata ebronze para os melhores colocados. Em algumas edições, a premiação inclui bolsas de estudo, computadores e viagens. O objetivo, segundo as entidadesque organizam as competições, é estimular oestudo, melhorar o aprendizado e descobrir talentos.“O ser humano gostade competir. A gente não pode limitar a escola a isso, mas osjogos também são espaços de aprendizado, derespeito ao outro. A escola é oespaço para mostrar que todos prosseguem, alguns emmatemática, outros em português, outros no esporte”,avalia a secretária de Educação Básicado Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar.Para Pilar, acompetição é saudável, mas nãodeve ser o foco principal desses concursos. “No caso da educação,ela não pode ser uma disputa pura, precisa envolver o maiornúmero possível de alunos e a formação deprofessores para causar uma reflexão sobre as prática em sala de aula”, defende. A secretáriacita a Olimpíada da Língua Portuguesa, que envolve aformação por dois anos dos professores participantes e oficinas deliteratura para os alunos, como um modelo da disputa que provoca essamudança no aprendizado. A competição éorganizada pelo MEC e a Fundação Itaú Cultural e cerca de 6 milhões de alunos participam da ediçãode 2008. O tema dos textos, dividos nas categorias poesia, memória e prosa, é O Lugar onde Vivo.  “Em alguns modelosvocê identifica o melhor aluno de matemática da turma,mas e os outros 40 que não sabem? É importante a escoladescobrir quem tem um talento especial e incentivá-lo para queele não fique desmotivado. Mas outros colegas tambémtêm direito a aprender”, aafirma.A melhoria daaprendizagem é um dos resultados que essas competiçõespodem trazer. Segundo Pilar, o último Índice deDesenvolvimento da Educação Básica (Ideb), quefunciona como um termômetro da qualidade da educação,já mostrou esses efeitos. “A gente já sentiu umamelhora forte na matemática nos anos inciais do ensinofundamental. Uma das explicações para isso é aenorme adesão que existe hoje à Obmep que pode provocar  melhor prática em sala de aula”, acrescenta.Muitas competições, como aOlimpíada Brasileira de Física (OBF), funcionam também comoetapas seletivas para concursos internacionais. Emoutubro, quatro estudantes brasileiros vencedores da ediçãode 2007 da OBF participam no México da OlimpíadaIbero-americana de Física. “Esse ano ganhamos uma medalhade prata, bronze e duas menções honrosas na OlimpíadaInternacional de Física, em julho”, comemora o coordenador do projeto, Euclydes Júnior. Em 2008, cerca de 750 mil estãoparticipando da competição.