Tuma diz que investigações sobre fraudes em licitações não incriminam senadores

20/08/2008 - 20h45

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O corregedor-geral doSenado, Romeu Tuma (PTB-SP), fez hoje (20) um relato dasinvestigações realizadas pela Polícia Federal sobre oenvolvimento de funcionários da Casa em fraudes em licitações.O resultado das investigações, realizadas em 2007,estão sob análise da 12ª Vara da JustiçaFederal em Brasília.Segundo Romeu Tuma, nasinformações colhidas junto à Promotoria Pública"não há, por enquanto, nada de objetivo contranenhum senador". Ele disse que nas interceptaçõestelefônicas feitas pela Polícia Federal hácitações sobre parlamentares, mas que promotoriaacredita ser "uma força de convencimento para favorecer aempresa ganhadora [das licitações] ou alguma dasconcorrentes".Todas as licitaçõesdo Senado são conduzidas pela Primeira Secretaria, cujotitular, na atual Mesa, é o senador Efraim Moraes (DEM-PB). Onome do senador é citado em algumas das gravações.Romeu Tuma adiantou quena próxima terça-feira (26) conversará com ojuiz responsável pelo processo. O corregedor negou queesteja recebendo qualquer pressão para abafar o assunto."Eu só soupressionado pela minha consciência, para não chutaraquilo que não tenha realidade em confirmaçãodocumental", afirmou o senador. O senador informou quefoi autorizado pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho(PMDB-RN), "a dar o seguimento [às investigações]que achar importante". Acrescentou, no entanto, que no momentonão será aberto qualquer processo para investigar osenador Efraim Moraes.Questionado se oscontratos supostamente superfaturados teriam sido convalidados aindana sua gestão na Primeira Secretaria, Romeu Tuma respondeu que"havia uma sequência de renovação decontratos sem licitação", e lembrou que fez umrelatório à época proibindo a repetiçãodestas renovações contratuais. Em nenhum momento osenador se negou a responder aos repórteres. Entretanto, nomeio da entrevista, quando era questionado sobre os processos delicitação em sua gestão, foi puxado pelo braçopor um de seus assessores para que encerrasse a entrevista. Irritado com asperguntas, o assessor agrediu verbalmente um dos repórteres.