Resgate elevado de títulos faz dívida pública cair 3,39% em julho

20/08/2008 - 15h12

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O resgate de títuloscompensou a alta dos juros e fez a dívida públicafederal cair 3,39% no mês passado. Segundo relatóriodivulgado hoje (20) pelo Tesouro Nacional, o estoque da dívidapassou de R$ 1,343 trilhão em junho para R$ 1,297 em julho.A principal responsável pela queda foi adívida mobiliária (em títulos) interna, queencerrou julho em R$ 1,204 trilhão, redução deR$ 42,9 bilhões. Segundo o Tesouro,a diminuiçãofoi provocada principalmente pelo resgate líquido de R$ 57,5bilhões em títulos federais.Esse volume de resgate impediu que os jurospressionassem a dívida para cima, mesmo com as recenteselevações da taxa Selic, que mede os juros básicosda economia. De acordo com o relatório, a apropriaçãode juros somou R$ 14,6 bilhões, quase quatro vezes menos queos resgates líquidos.A dívida pública externa fechoujulho em R$ 71,9 bilhões, R$ 21,6 bilhões (2,7%) amenos que os R$ 93,5 bilhões registrados em junho. Avalorização de 1,59% do real em relaçãoao dólar no mês passado e o resgate antecipado detítulos emitidos no exterior foram os principais responsáveispela queda.Apesar da queda no estoque, os reajustes nos jurosbásicos da economia afetaram a estratégia do governo deaumentar a oferta de títulos prefixados, favoráveis aoTesouro porque permitem à equipe econômica preverexatamente quanto vai gastar para administrar a dívida. Aparcela de papéis prefixados na dívida mobiliáriacaiu de 34,77% em junho para 30,88% em julho.Em contrapartida, a proporção detítulos vinculados à taxa Selic aumentou de 37,32% para39,66% no mesmo período, reflexo das altas de juros. As altasna inflação no primeiro semestre também atraíramo interesse dos investidores nos papéis vinculados a índicesde preços, cuja fatia na dívida em títulosaumentou de 27,9% para 29,47%.Esses percentuais levam em conta as operaçõesde swap cambial reverso, procedimento realizado pelo BancoCentral com o objetivo de conter a queda do dólar.