Petrobras inaugura terminal de regaseificação no Ceará

20/08/2008 - 7h05

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras inaugura hoje (20) o terminalde regaseificação de GNL (gás natural liquefeito) de Pecém, no Ceará. Este é oprimeiro de dois terminais que a estatal estará inaugurando ainda neste ano.  O segundo fica na Baía de Guanabara (RJ). Com o terminal de Pecém,  a estatal inicia sua atuação como agente no mercado internacional de Gás Natural Liquefeito.  Ementrevista concedida no Ceará, a diretora de Gás eEnergia da Petrobras, Maria das Graças Foster, informou que na terceirasemana de setembro o produto regaseificado estará disponível na malha.“Nósresolvemos adotar o GNL como produto complementar ao gás produzido no país etambém ao que é importado da Bolívia. Esse gás se destinará basicamente aoatendimento da demanda termelétrica, que já está em torno de 13milhões de metros cúbicos em média, tendo atingido na última sexta-feira (15) 13,8 milhõesde metros de gás no dia”, disse a diretora.Segundoinformações da Petrobras, o terminal de Pecém tem capacidade para regaseificar7 milhões de metros cúbicos/dia, dando, juntamente com o terminal da Baía deGuanabara, “maior flexibilidade e segurança na oferta de gás natural aosmercados térmico e não-térmico". O GNL, no entanto, será utilizado para atender,prioritariamente, as usinas termelétricas (UTEs), em caso de necessidade dedespacho – demodo que não falte o produto para a indústria e o consumo veicular no país.“Estáno Plano Estratégico da Petrobras que até o ano de 2012 o consumo térmico dopaís vai estar em torno de 4 milhões de metros cúbicos diários de gás natural,com o consumo indústrial "crescendo para valores bem próximos”. Acompanhia garante que o projeto GNL Petrobras é inédito no mundo. De acordo com a Petrobras, osterminais de regaseificação são os primeiros a utilizar naviosadaptados para realizar tanto o armazenamento do gás quanto a regaseificação doproduto a bordo da própria embarcação onde se situa o terminal. “OBrasil também é pioneiro ao adotar o modelo de transferência de GNL de um naviosupridor para outro navio regaseificador por meio de braços criogênicos,capazes de suportar temperaturas de cerca de 160º C negativos”, informa a empresa.Acapacidade de regaseificação de 7 milhões de metros cúbicos por dia no terminalinstalado no Porto de Pecém equivale a cerca de metade do consumo atual de gásnatural destinado ao mercado térmico do país. Tambémrepresenta, segundo a Petrobras, acréscimo de 11% na oferta atual (julho de 2008)de gás natural ao mercado nacional, que é de 60 milhões de metros cúbicos/dia.O gás processado em Pecém será usado, prioritariamente, para a geração deenergia elétrica nas usinas Termoceará (CE), Termofortaleza (CE) e Jesus SoaresPereira (RN).Alémdas intervenções no píer, ligadas ao terminal de regaseificação de Pecém, foi construído pela Petrobras um gasoduto (22,5 quilômetros de extensão) que liga oterminal à malha de transporte de gás já existente. Iniciadas em 20 de dezembro de 2007, as obras de construção do terminal de GNL em Pecém foram concluídas no prazo recorde de oito meses. Pouco mais de um terço dos 450 empregados foi recrutado no distrito de Pecém, município de São Gonçalo do Amarante.Parao abastecimento, a Petrobras tem contratos de suprimento de GNL com osprincipais fornecedores do mundo, entre eles a Shell e o BG Group.  Asbases dos contratos são adequadas à flexibilidade do projeto e à demanda domercado interno.“Alémdesses contratos, chamados vinculantes e que asseguram a entrega de GNL apartir da sinalização de demanda, a Petrobras assinou 11 Master Sales Agreement(MSA), acordos de intenção para compra e venda de GNL,  que estabelecem asprincipais condições para o fornecimento”, informou a estatal.