Número de mortes nas estradas cai 13,6% em dois meses de Lei Seca

20/08/2008 - 16h04

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O número de acidentes fatais nas estradas federais caiu 13,6% desde a entrada em vigor da Lei Seca, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Foram 862 acidentes com mortes nos últimos dois meses, contra 998 no mesmo período de 2007.O período do levantamento feito pela PRF vai de 20 de junho a 19 de agosto. Comparando com igual período do ano passado, o número de mortes caiu de 1.250 para 1.091. O número de acidentes, no entanto, subiu: de 20.446 para 21.327. Esse aumento se deu pelo aumento nos acidentes sem vítimas, de 12.090 para 13.162.Para o inspetor Alexandre Castilho, chefe da assessoria da PRF, os números confirmam o ponto de vista defendido pela corporação, de que “o álcool não provoca o acidente em si, o álcool provoca o acidente grave e potencializa o risco de morte, mas o acidente quem produz é a imprudência do motorista”.Segundo o inspetor, o número de flagrantes de excesso de velocidade aumentou de 118.903 em 2007 para 125.591 em 2008, e de ultrapassagens proibidas, de 31.822 para 34.271.“Quando a Polícia Rodoviária Federal diz que a Lei Seca reduziu a violência nas estradas é porque reduziu o número de feridos e de mortos durante esse período”, explicou.De acordo com cálculos da polícia, a diminuição do número de óbitos representou uma economia para o Estado de R$ 48,4 milhões. Esse valor corresponde a praticamente 25% do orçamento da PRF em um ano e seria suficiente para comprar 500 ambulâncias ou sete mil bafômetros. “Com R$ 50 milhões, todas as forças de fiscalização do país poderiam ter bafômetros suficientes durante todo o ano”, afirmou o inspetor.Para Castilho, a economia pode servir como argumento a favor da constitucionalidade da Lei Seca. “Além da economia de vidas, são 159 vidas, é quase um avião, é uma economia considerável e, se isso ainda não convencer os céticos, são R$ 50 milhões também economizados pelo país”, argumentou.