Livre de algemas, Fernandinho Beira-Mar é julgado no Rio

15/08/2008 - 13h01

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O traficante LuizFernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, está sendo julgadohoje (15) no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, pela juízaMaria Angélica Guerra Guedes, por associação aotráfico. No início da audiência, a juízaaceitou o pedido do advogado de Beira-Mar, Francisco Santanna, paraque seu cliente não usasse algemas. Antes do início dojulgamento, Francisco Santanna afirmou que iria fazer o pedido àjuíza, alegando que o traficante tem os mesmos direitos doex-banqueiro Salvatore Cacciola. "A únicadiferença é que ele nasceu em berço de ouro,mora em mansão e é rico. Fernandinho Beira-Mar énegro, nasceu na favela e mora na cadeia. Mas o direito é omesmo".Fernandinho Beira-Marchegou algemado ao Tribunal de Justiça, no Centro do Rio, porvolta das 7h da manhã. Cerca de 15 policiais federaisfazem a segurança no andar do edifício onde ocorre ojulgamento. Ele chegou ontem ao Rio de Janeiro, vindo do PresídioFederal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul e ficou na sede daPolícia Federal, no Centro do Rio. Fernandinho Beira Marfoi denunciado pelo Ministério Público em 2000, comoutros oito réus. Um deles, Charles Silva Batista, o CharlesLixão, foi denunciado por tentativa de homicídio. Ele éacusado de ser o mandante dos disparos contra policias em 24 de maiode 1996 em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Beira-Mar faz parte dadenúncia, segundo o Tribunal de Justiça, por participarda mesma organização criminosa de Charles do Lixão. Em depoimento, Fernandinho Beira-Mar disse que estava em BeloHorizonte fazendo um curso pré-vestibular em 24 de maio de1996 e por tanto não poderia ter participado do crime emquestão. O promotor do caso, noentanto, explicou aos sete jurados que o crime por associaçãoao tráfico é um crime permanente, e não apenasum ato momentâneo e definido no tempo, como um homicídio.