Bienal do Livro expõe obras adaptadas a novas normas de português

15/08/2008 - 20h14

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Pelo menos quatro editoras presentes na 20ª BienalInternacional do Livro de São Paulo já têm em seus catálogos obras adaptadas àsnovas normas ortográficas da língua portuguesa. Alguns títulos, em especialos de referência e educativos, estampam em sua capa certificados deregularização a regras que formalmente começam a valer no ano que vem.Dicionários como o Mini Houaiss (R$ 27), da Editora Moderna;Mini Aurélio (R$ 24), da Positivo; e Dicionário Escolar Michaelis (R$ 19), daMelhoramentos, trazem verbetes escritos conforme as novas regras deacentuação, hifenização e já sem o trema. O Michaelis traz, inclusive, o GuiaPrático da Nova Ortografia, escrito por Douglas Tufano, explicando quais são asmudanças na forma de escrever estabelecidas na norma.“O Guia Prático é livre. Está no da editora [www.livrariamelhoramentos.com.br]e pode ser baixado por qualquer um, de graça”, complementou o diretor-geral daeditora, Breno Lerner, em entrevista à Agência Brasil. “Estamos muitospreocupados com a assimilação das novas regras. Todos os nossos livroseducativos lançados a partir de agora já estarão todos completamenteadaptados.”Na editora, alguns livros de literatura infanto-juveniltambém já foram modificados. O Namorado da Fada (R$ 25), de Ziraldo, e algunslançamentos da Série Realidade (R$ 25) estão adaptados. Títulos da coleção DeFio a Pavio (R$ 23,90) e da coleção Tempo Rei (R$ 23,90), da Positivo, também.“Não podemos sair soltando livros adaptados só a partir de1° de janeiro”, explicou Lerner, da Melhoramentos. “As escolas vão planejar seupróximo ano letivo a partir de outubro e novembro. Temos que oferecer nossostítulos já modificados.”Segundo Lerner, as editoras terão até três anos para revisartodos os seus títulos. Para ele, a exigência trará uma grande despesa e não resultará no objetivo almejado pelos defensores da mudança.“Só a revisão do banco de dados do Michaelis custou R$1 milhão”, disse ele. “Dizem que a mudança vai integrar a língua e aumentar a vendade livros. Eu não acredito. Falamos a mesma língua que os portugueses, mas nãoescrevemos da mesma forma.”