Caravana Siga Bem Caminhoneiro conscientiza motoristas sobre violência doméstica

15/08/2008 - 17h15

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Conscientizar os caminhoneiros sobre seu papel na prevenção do abuso e da prostituição infantil e da violência doméstica contra a mulher é o objetivo de campanha incorporada pela 4ª Caravana Siga Bem Caminhoneiro que esteve hoje (15) no Ceagesp, em São Paulo. Além da Campanha de Conscientização sobre Exploração Sexual de Crianças eAdolescentes, o evento faz a divulgação do telefone para denúncias, Siga Bem Criança eSiga Bem Mulher. Os projetos são desenvolvidos em parceria com a Petrobras e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.Segundo o diretor da Caravana, Luiz Peixoto, as campanhas aproveitam opoder de mobilização e receptividade para incentivar que o caminhoneirotelefone para o Disque Denúncia - Ligue 180 - para relatar casos de violência contraa mulher e a criança. “No ano em que a campanha foi lançada o DisqueDenúncia recebia diariamente uma média de 12 denúncias sobre exploraçãode crianças. “Atualmente registra mais de 70 denúncias por dia”.Segundo dados da secretaria Especial de Políticaspara as Mulheres, o número de denúncias de agressões a mulheres no paísno primeiro semestre deste ano foi maior do que o dobro do registradono mesmo período do ano passado. Números da secretaria coletados noserviço de disque denúncia apontam que de janeiro a junho de 2008 foramfeitas 121.891 denúncias contra 58.417 no mesmo período de 2007. Peixotoreforçou que por meio de palestras o programa procura levarinformações sobre a Lei Maria da Penha queprotege a mulher de qualquer tipo de agressão. “Isso para que ele, comohomem, conheça esses aspectos e participe ajudando ou pelo menos seinformando sobre o que é essa lei e os benefícios que ela traz àmulher”, explicou Peixoto.As palestras também enfatizam a participação dos caminhoneirospara que eles estejam atentos a situações degradantes com relação a crianças eadolescentes. “Ele [caminhoneiro] se sente hoje responsável. Quando ele vê uma situaçãodessa,  denuncia. Até porque ele também tem filhos e filhas e sabe quepode ajudar nessa situação.”A pesquisadora daorganização não-governamental (ONG) Cidadania, Estudo, Pesquisa,Informação e Ação (Cepia), que acompanha a caravana, Adriana Valle Motaexplicou que mesmo com o aumento do registro de denúncias não é possível afirmar que a violência cresceu. “Aumentou o número de denúncias, mas não dá paradizer se a violência cresceu e por isso estão denunciando mais ou se aviolência está estacionada porém o grau de denúncias aumentou. Mas semdúvidas as chamadas aumentaram depois do projeto”.Adrianareforçou ainda que os caminhoneiros são muito ativos no sentido demultiplicar as informações, por isso a participação deles nas caravanase nas atividades e palestras é importante. “Quando o caminhoneirocoloca um adesivo divulgando o número do Disque Denúncia, ele estálevando aquilo para todos os lugares onde vai e onde muita gente nãochega e muitos serviços não chegam”.