Governo manterá estímulo ao crescimento econômico, garante Mantega

01/08/2008 - 19h10

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai manter as linhasde crédito com taxas de juros mais moderadas voltadas àindústria de infra-estrutura e à indústria debase. A garantia foi dada hoje (1º) pelo ministro da Fazenda,Guido Mantega, a executivos da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base(Abdib). Ele também sugeriu aos empresários que captemrecursos no mercado de capitais.Em entrevista àimprensa logo após o encontro, na sede da Abdib, em SãoPaulo , Mantega procurou afastar o temor de um eventualdesaquecimento interno por causa do ajuste da políticamonetária e fiscal adotado para conter a inflação.“A economia está caminhando para um patamar adequado”.Ao se referir aosinvestimentos em infra-estrutura, o ministro informou que nãoestão previstas mudanças no Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC) e que deverá ser cumprida a meta do setorde investir nos próximos dois anos, algo superior a R$ 100bilhões.Ele destacou que ocrescimento da economia brasileira será “menos robusto” doque o do ano passado. “Não dá para ter 5,5% ou 6%,mas dá para alcançarmos entre 4,5% e 5%”, projetouele, acrescentando que” o país continua na rota docrescimento sustentado”.Na avaliaçãode Mantega, é um crescimento vigoroso. Fazendo uma analogiacom o resto do mundo, ele afirmou que o Brasil tem vantagenscompetitivas em relação a vários paísesque convivem “com inflação alta e crescimento baixo”.No Brasil, assinalou, a inflação está moderada.Mantega disse que “opior já passou no campo da inflação” ecomemorou o fato de, nos últimos dias, terem sido anunciadosíndices inflacionários em desaceleração,como, por exemplo, o Índice de Preços ao Consumidor(IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas(Fipe)-; o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) eo Índice de Preços ao Consumidor- Semanal (IPC-S), daFundação Getulio Vargas (FGV. Este último foidivulgado hoje e aponta que a taxa fechou o mês de julho em0,53%, 0,14 ponto percentual abaixo da terceira prévia do mês.Ele observou que háuma reversão no quadro internacional e ainda que nãoseja um cenário definitivo, considera ser “um bom início”.O ministro citou a acomodação de preços nomercado de commodities (produtos negociados em Bolsas deValores), incluindo dos preços do barril do petróleo,assim como os ajustes internos, entre os quais o da reduçãoda taxa básica de juros, a Selic. Na última reuniãodo Comitê de Política Monetária (Copom),realizada, na semana passada, ela foi elevada de 12,25% para 13% aoano ano. Na ata da reunião, divulgada ontem (31) pelo BancoCentral, a instituição sinalizou para a continuidadedessa política de ajuste.Questionado se nãoestaria havendo falta de sintonia entre o comportamento do BancoCentral e a real necessidade de se continuar elevado as taxas dejuros, Mantega evitou comentar o assunto, dizendo que a políticamonetária da instituição só compete a elafalar a respeito.Mantega lembrou quedesde o final do ano passado vinha alertando que o créditoestava crescendo a mais de 30% e que isso deveria ser reduzido com asmedidas implantadas como o aumento do Imposto Sobre as OperaçõesFinanceiras (IOF) e do depósito compulsório sobre asoperações de financiamento por meio de Leasings.