Advogado de Dantas diz não acreditar em novo pedido de prisão

11/07/2008 - 20h56

Elaine Patrícia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O advogado NélioMachado, defensor do banqueiro Daniel Dantas, disse no inícioda noite de hoje (11), ao sair da Superintendência de PolíciaFederal em São Paulo, não acreditar que haveráum novo pedido de prisão para o seu cliente. Há pouco, Dantas deixou o prédio da PF na capital paulista, acompanhado por advogados.“Nãoacredito porque a primeira prisão rechaçada foi atemporária. Veio depois a prisão preventiva, que foirepudiada", afirmou Machado, referindo-se às decisões do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, que aceitou dois habeas corpus e  mandou soltar Dantas nas duas ocasiões."O direito brasileiro só conhece, a rigor, aprisão em flagrante ou a temporária ou a preventiva.Vão ter que inventar alguma coisa na legislação,que ainda não está em vigor no Brasil”, disse oadvogado, ao justificar a convicção de que nãohaverá novo pedido de prisão.Machado criticou aprimeira prisão de seu cliente, na última terça-feira(8), no Rio de Janeiro, classificando-a de linchamento. Para ele, nãohavia motivos para o banqueiro ser preso. “E ascircunstâncias do retorno [à prisão]também apresentaram, de alguma forma, algo que não écompatível com a Constituição brasileira.”Eledisse também que acompanhou o depoimento de Dantas ao coordenador daOperação Satiagraha, delegado ProtogenesQueiroz, e ao procurador da República Rodrigo de Grandis.Segundo Machado, o banqueiro não respondeu àsperguntas. No entanto, assinalou o advogado, poderá vir afazê-lo na próxima semana, quando deverá ocorrernovo depoimento de Dantas.O interrogatório está marcadopara quarta-feira (16).Pouco depois daentrevista do advogado de Dantas, o delegado Protogenes fez um rápidadeclaração à imprensa. “O Departamento dePolícia Federal cumpriu, mais uma vez, seu dever cívico.”Dantas é acusadopela PF de comandar uma organização envolvida emcorrupção, lavagem de dinheiro, evasão dedivisas, sonegação fiscal e formação dequadrilha.Durante a OperaçãoSatiagraha, a Polícia Federal prendeu o investidor Naji Nahase o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. De acordo com a PF, eles fariam parte de outra organização, que teria conexão com o grupo comandado por Dantas.A exemplo do banqueiro,Pitta e Nahas também foram liberados por determinaçãodo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). GilmarMendes tomou a decisão de mandar soltar o ex-prefeito e o Nahas ao analisar o primeiro habeas corpusapresentado pela defesa de Dantas.