Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), TerezaCruvinel, afirmou hoje (9) que é necessário incluir mais conteúdos científicosna grade de programação da TV Brasil. Ela participou do debate “EducaçãoUniversal - Desafios a Enfrentar”, durante a Reunião Regional da SociedadeBrasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Nova Iguaçu, na BaixadaFluminense (RJ).“É uma tarefa nossa termos programas de difusão científica,mas que não sejam em linguagem cifrada. É preciso traduzir a relação da ciênciacom a vida do cidadão. Isso é um desafio, a nossa grade hoje não tem programapróprio sobre o assunto e a televisão tem que fazer isso para conectar aspessoas com a ciência de uma forma mais prática”, disse Tereza Cruvinel.A programação científica televisiva vaidesde ensinar a população a se alimentar melhor até levar ao conhecimento detodos os últimos avanços da ciência e da tecnologia, destacou a presidente da EBC. “Nós já temos bonsprogramas sobre saúde, mas que ainda podem ser aperfeiçoados.”A presidente da EBC também considerou importante apenetração cada vez maior da comunicação pública nas periferias e regiõesmetropolitanas. Ela reconheceu que isso depende de uma logística própria erequer mais recursos financeiros.“Temos que buscar esse papel, mas existemdificuldades por ainda não dispormos de um orçamento que permita, por exemplo,implantarmos unidades nesses lugares. Ainda assim, é necessário que se façamesforços para contornarmos essas dificuldades e estarmos presentes nessascomunidades. O Brasil distante tem que vir para a televisão pública.”O encerramento da Reunião Regional da SBPC, que tambémocorreu em Duque de Caxias, contou com a participação do prefeito de NovaIguaçu, Lindberg Farias. Ele destacou a grande participação durante os dias doevento, realizado no Sesc da cidade.“Só hoje passaram por aqui 15 milpessoas, principalmente estudantes. Precisamos nos esforçar para que esses jovens da Baixada Fluminense cheguem à universidade e se formemdoutores ou profissionais liberais. Nós não aceitamos mais essa divisão dotrabalho, em que nossa juventude é excluída da vidauniversitária.”O ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, MangabeiraUnger, fez a palestra de encerramento do evento, falando sobre as alternativasnacionais. “O mundo todo tem uma ditadura de falta de alternativas e,ansiosamente, busca um novo caminho, que cumpra as promessas revolucionárias dademocracia e que levante e capacite as pessoas comuns.”Segundo ele, o foco do conflito ideológico que dominou osúltimos dois séculos está mudando. “O velho conflito, entre o Estado e omercado, o estatismo e o privatismo, está morrendo. E começa a ser substituídopor um novo conflito, a respeito das formas institucionais alternativas, daeconomia de mercado, da democracia política e da sociedade civil livre.”Mangabeira afirmou que a construção do Brasil deve ser feitaem rumo próprio, diferente das formas encontradas pelos países do hemisférionorte. “O Brasil sempre cresceu por meio de setores favorecidos einternacionalizados de sua economia, que geravam riqueza e uma parte muitopequena dela era usada para financiar programas sociais. Agora a ampliação deoportunidades econômicas e educativas é o próprio motor do crescimento.”