Brasil defenderá biocombustíveis em conferência da FAO

10/04/2008 - 22h37

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil tentaráconvencer cerca de 30 países latino-americanos e caribenhosque a produção de biocombustíveis nãoameaça a segurança alimentar da região. Segundoo ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, essaserá a posição brasileira na 30ª ConferênciaRegional da Organização das Nações Unidaspara Agricultura e Alimentação (FAO), que aconteceentre os dias 14 e 18 deste mês em Brasília.“Queremos afirmar queé importante, não só para o Brasil como para omundo, desenvolver políticas de biocombustíveis. Tambémqueremos reafirmar o que o presidente Lula [Luiz Inácio Lula da Silva] tem afirmado de que issonão compete, obrigatoriamente, com a produção dealimentos. É possível produzir biocombustível eproduzir alimentos, sim”, disse Cassel em coletiva de imprensasobre a conferência da FAO.Um dos quatro eixos de discussãoda conferência, que acontece de dois em dois anos e define asprioridades de ação da FAO, será relacionado a oportunidades edesafios da bionergia. Segundo JoséGraziano, diretor da FAO para a América Latina e Caribe, ainda não há consenso quanto a produçãode biocombustíveis.“É um tema muito controverso, hádiferentes opiniões em países latino-americanos”,admite o ex-ministro extraordinário de SegurançaAlimentar e Combate à Fome.Ele reconhece que aprodução de biocombustíveis a partir do milho,pelos Estados Unidos, afeta países caribenhos ecentro-americanos, grandes importadores de milho americano paraalimentação animal. Mas acredita que os biocombustíveistambém podem representar uma oportunidade de desenvolvimentopara muitos países.“Há essasituação e há esse conflito. Mas hátambém, por parte da FAO, o reconhecimento de que éuma oportunidade poder plantar combustível, poder substituirpetróleo a US$ 100 o barril”, afirma, citando paísescomo Cuba, Chile e Uruguai, que importam 100% da energia consumida.“Produzir energia é uma oportunidade nova e criaoportunidades para seus agricultores poderem ter uma outra fonte derenda”, avalia.