Petista colhe assinaturas para PEC que acaba com reeleição para cargos executivos

08/04/2008 - 23h32

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado DevanirRibeiro (PT-SP) informou que vai começar a coletar amanhã(9) as assinaturas para a proposta de emenda à Constituição(PEC) que acaba com a reeleição para os cargosexecutivos e aumenta de quatro para cinco anos o mandato dopresidente da República. "Estamos concluindo o texto daPEC ainda hoje e amanhã vamos coletar as assinaturas para aproposta", disse.A líder do PT no Senado, IdeliSalvatti (SC), afirmou que não será preciso opresidente Luiz Inácio Lula da Silva romper com o PT por causade uma proposta de terceiro mandato. "O presidente Lula nãovai precisar romper com o PT, porque antes a gente rompe com essespetistas que ficam com devaneios." Segundo os senadorespedetistas Cristovam Buarque (DF) e Osmar Dias (PR), em reuniãonesta tarde no Palácio do Planalto, o presidente Lula disse àbancada do PDT no Senado que romperia com o PT, caso o partidomodifique as atuais regras para a eleição presidencial,instituindo um terceiro mandato.A senadora afirmou que umaproposta de terceiro mandato para o presidente Lula só ajuda aoposição. "Nós, aqui, querendo colocar napauta do Congresso Nacional uma agenda positiva para votar matériasde interesse do país e outros com esse tipo de proposta",disse ela. Na noite de hoje, a bancada petista na Câmarareuniu-se, mas não chegou a tratar da proposta do deputadoDevanir Ribeiro. O líder do PT, deputado Mauricio Rands (PE),disse que a bancada não apóia a proposta. Randsressaltou, porém, que existe apoio da sociedade para umterceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Umaparte da sociedade gostaria de um terceiro mandato, mas temosponderado que o que a sociedade quer é a  continuidade deum grande governo, mas isso pode se dar sem mudar a Constituição",disse o líder."Existem pessoas que concordam commandato de cinco anos sem reeleição. O que não concordamos é com a hipótese de um terceiro mandato.Sabemos que o presidente Lula é amplamente aprovado pelapopulação, mas não podemos, em funçãode aprovação de conjuntura, ficar mudando aConstituição", disse Rands. Segundo ele, a bancadado PT acha que as regras do jogo não devem ser mudadas com ojogo em andamento.Sobre a proposta de Devanir Ribeiro, olíder petista afirmou que "qualquer parlamentar temlegitimidade constitucional para apresentar proposiçõesque sejam discutidas" Já o deputado José Genoino(PT-SP) considerou a proposta "extemporânea". "Opior caminho para discutir reforma política é atravésdo casuísmo. Eu não assino a PEC". Genoinodestacou que a reforma política deve ser discutida em 2011 emum Congresso Constituinte convocado para isso.