Novo contingente de militares brasileiros chegará ao Haiti em maio

08/04/2008 - 19h31

Alex Rodrigues
Enviado especial
Belém - Um novo grupo demilitares brasileiros vai se unir às tropas de paz daOrganização das Nações Unidas (ONU) noHaiti a partir do próximo mês. Será o nonocontingente enviado pelo Brasil desde 2004 e o primeiro formadointegralmente por soldados e oficiais que atuam na regiãoamazônica. De acordo com o comandante da 8ª RegiãoMilitar, general Jeannot Jansen Filho, a tropa terá 1.200militares, sendo 150 homens da Companhia de Engenharia do Exército,215 fuzileiros navais e 840 militares de batalhões da 23ªBrigada de Infantaria de Selva, sediada em Marabá, no Pará,e responsável pela coordenação e preparaçãodo contingente, e de outras localidades.O novo gruposubstituirá os militares que passaram seis meses colaborandocom a Missão das Nações Unidas para aEstabilização no Haiti (Minustah), que deixarãoo país em dois grupos, o primeiro no dia 18 de maio e osegundo no dia 5 de junho. Jeannot disse que, apesar de todasas regiões militares cederem homens para a Minustah, o enviode pessoal de batalhões da Amazônia vinha sendo evitadodevido às especificidades das tarefas desempenhadas pelastropas da região. “O Comando Militarda Amazônia é basicamente constituído porbrigadas de infantaria de selva, que fazem a vigilância dasfronteiras”, explicou o general. Segundo ele, a únicaexceção é a 23ª Brigada, de Marabá,que não tem essa missão e pode constituir umcontingente para ser enviado para o exterior. O general explicouque, antes de viajar, os militares passam por um treinamento de seismeses, recebendo desde noções do idioma local, ocrioulo, até o suporte psicológico necessáriopara desempenhar suas funções durante os seis meses quepassarão no Haiti. Entre os dias 28 de abril e 2 de maio, ocontingente dever realizar um treino simulando as condiçõesque irá encontrar ao chegar ao Haiti. Embora admita que odeslocamento afetará as atividades rotineiras do batalhão,Jeannot não vê “nenhuma grande restrição”ao envio dos militares para ajudar na manutenção da paze no equilíbrio institucional no Haiti. “É umadiminuição forte de um contingente, [tanto] dehomens muito bem treinados [quanto de] material, mas isso fazparte da missão do Exército.” Ele acredita que astropas de paz ainda devam permanecer mais alguns anos no Haiti.Embora a ONU tenha pedido que o Brasil aumentasse aquantidade de militares da área de engenharia, o númeropermanece o mesmo do contingente anterior: 150 profissionais. Aassessoria do Exército informou que o aumento do númerode engenheiros precisa ser aprovado pelo Congresso, que tem dereconhecer e aprovar a mudança da finalidade da missão,hoje dedicada à manutenção da paz, para a tarefade apoiar a reconstrução e o desenvolvimento social doHaiti. A mudança chegou a ser defendida pelo próprioministro da Defesa, Nelson Jobim, que anunciou, em fevereiro,anunciou que o próprio presidente Luiz Inácio Lula daSilva enviaria ao Congresso Nacional um pedido de autorizaçãodo aumento do número de engenheiros. Hoje (8), procurada pelaAgência Brasil, a assessoria do Ministério daDefesa respondeu que Jobim jamais falou em uma data para a que opedido da ONU fosse atendido. Desde 2004, o Brasilgasta, anualmente, R$ 130 milhões na manutençãode seus contingentes no Haiti. Segundo cálculos do próprioJobim, o acréscimo de 100 militares já a partir desteano representaria um acréscimo de R$ 10 milhões.