Para coordenadora, mais informações sobre saúde podem mudar hábitos

04/04/2008 - 15h59

Débora Xavier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A população, em tese, tem consciência de que a sua saúde depende dos bons hábitos de vida, mas nem sempre esse conhecimento é suficiente para estabelecer um processo de mudança, disse hoje a coordenadora de Vigilância de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis do Ministério da Saúde, Débora Malta. “Precisamos fazer muito para comunicar melhor as nossas mensagens de estímulo aos bons hábitos, de maneira mais adequada e clara, principalmente em relação à camada da população com menor nível de escolaridade”, afirmou. Débora Malta coordenou a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2007, do Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de São Paulo. Em relação à primeira edição do estudo, realizado em 2006, a do ano passado apontou um aumento da obesidade entre os homens, e da inatividade física e consumo de bebidas alcoólicas entre as mulheres, além de aumento da hipertensão arterial na população das capitais.A pesquisa Vigitel entrevistou 54.251 pessoas, por telefone, no período de 16 de julho a 2 de agosto do ano passado. Segundo a coordenadora, as mensagens enfatizando os malefícios do tabaco, do álcool e de alimentos gordurosos devem ser bastante claras e diretas. “Ainda mais considerando que a incidência desses fatores de risco é maior na população de baixa escolaridade”, afirmou. Ela informou que todos os hábitos de vida que aumentam os fatores de risco para a saúde – tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada, consumo de álcool – podem ser mudados: "Todos eles podem ser abandonados a partir da existência de políticas públicas que estimulem hábitos saudáveis e que demonstrem os riscos dos inadequados." E é com a certeza de que há chances de mudanças, acrescentou, que o Ministério da Saúde trabalha também em parceria com comunidades e prefeituras, a fim de proporcionar mais espaços urbanos para atividades físicas. “A construção de parques e jardins, espaços para caminhadas e prática de ciclismo e outros esportes, com segurança para a população, é fundamental para a saúde, já que essas ações motivam as pessoas a se exercitarem”, garantiu. Débora Malta enfatizou ainda que todas as doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e as cardiovasculares, respondem bem a mudanças nos hábitos de vida. “Quando você adquire hábitos saudáveis, como diminuir o sal, praticar regularmente atividades físicas, priorizar o consumo de frutas e verduras, e a retirada de alimentos gordurosos, tudo isso faz com que haja maior qualidade de vida”, concluiu.