Países fazem manifestações pró-Tibete

15/03/2008 - 18h10

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A repressão da China aos manifestosocorridos no Tibete repercute em todo o mundo. Ontem (14), foramrealizadas manifestações pró-Tibete em váriospaíses, entre os quais, Índia, Alemanha, Nepal eAustrália. A Agência Lusa informou que a chanceler alemã Angela Merkel se dissepreocupada com a violência no Tibete e apelou ao "diálogopacífico e direto" entre Pequim e o Dalai Lama, segundoum comunicado divulgado hoje pelo seu porta-voz, UlrichWilhelm. "Uma solução duradoura para aquestão do Tibete só pode ser encontrada pela via de umdiálogo pacífico e direto entre o governo chinêse o Dalai Lama", diz o comunicado. O porta-voz considerou"importante que os manifestantes, assim como as forças depolícia, sejam chamados à moderação e queos direitos individuais sejam respeitados". O governoalemão apóia o direito dos tibetanos de ter autonomiareligiosa e cultural, e defende, ao mesmo tempo, a política de"uma só China", acrescenta a nota oficial. Os manifestos no Tibete começaram há cinco dias quando monges budistas foram presos porque realizavam passeata em defesa de um levante contra o domínio chinês que ocorreu há 49 anos. O Tibete foi anexado ao território da China na década de 1950.Taiwan também já condenouseveramente a China por reprimir as manifestações, numcomunicado do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros,no qual expressa a sua "apreensão perante a violênciada repressão militar chinesa e condena firmemente as medidastomadas pela China, que violam os direitos humanos"."AChina pretende dar a imagem de um desenvolvimento pacífico aoacolher os Jogos Olímpicos de 2008, mas tem os seus mísseisapontados para Taiwan e trava as aspirações do povotibetano de liberdade e democracia", criticam ainda asautoridades de Taiwan no seu comunicado. Taiwan separou-se da ChinaPopular após a guerra civil de 1949, quando os nacionalistasde Tchang Kai-chek tiveram de fugir da perseguição doscomunistas.O governo no exílio do Tibete se constituiucom a fuga do líder religioso de seu país, o DalaiLama, para a Índia, em 1959. É um governo de inspiraçãoteocrática, que considera ilegítima a presençada China em seu território. A figura do governo no exílio, no cenáriomundial, remete a um grupo político que alega ser o governolegítimo de um país, mas que fica impedido de exercerseu poder legal. O governo tibetano do Dalai Lama não tem oreconhecimento de toda a comunidade internacional.