Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Cerca de 500 pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram na tarde de hoje (29) de uma manifestação, em São Paulo, em defesa de reajustes salariais para os servidores públicos estaduais e contra as privatizações da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e da Nossa Caixa. A manifestação, que teve participação de entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), partidos políticos e centrais sindicais, tinha a intenção de se concentrar em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, mas foi impedida pelos policiais. O ato foi realizado em um estacionamento ao lado do estádio do Morumbi, na zona sul da capital.Apenas uma comissão formada por 12 representantes das entidades pôde seguir até o Palácio para ser recebida pelos secretários da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, de Gestão Pública, Sidney Beraldo, e do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos. Segundo o presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro de Castro, um dos pedidos da comissão foi a abertura, pelo governo, de um canal de negociação com os servidores públicos estaduais, que reclamam de não receber aumento há mais de três anos. Também foi encaminhado um documento que pede o fim das privatizações.Em entrevista à Agência Brasil, Castro disse que os secretários afirmaram que a negociação salarial será feita com cada categoria em separado. Também se comprometeram a agendar uma reunião com a secretária de Educação, Maria Helena Castro, para tentar negociar o reajuste salarial dos professores. Uma assembléia já foi agendada pela Apeoesp para o dia 14 de março, a partir das 14h, na Praça da República.De acordo com Maria Isabel Noronha, secretária de finanças da Apeoesp e membro do Conselho Nacional da Educação (CNE), a manifestação de hoje pretendeu chamar a atenção do governo para um “reajuste justo para o funcionalismo”. “Não tem sido respeitada a data-base do funcionalismo, que foi aprovada agora para março, e estamos há mais de três anos sem reajuste”, disse.Ela reclamou da falta de disposição do governo paulista em negociar com os servidores públicos. “Esta é uma das dificuldades desse governo: não ouvir os trabalhadores”. Ela não descarta a possibilidade de que os professores entrem em greve caso o governo não ceda aos apelos da categoria pela negociação. O secretário-geral da UNE, Ubiratan Santos, defendeu o fim das privatizações no estado. “A privatização é ruim. Uma parte do setor elétrico do estado de São Paulo já foi privatizada a partir de 1998 e o que a gente viu foi que a qualidade dos serviços caiu, as contas de luz aumentaram muito mais do que a inflação e 100 mil trabalhadores do setor foram demitidos”.Uma nova manifestação contra as privatizações deve acontecer no dia 26 de março, em frente ao prédio da Bovespa, onde deve ocorrer o leilão de privatização da Cesp.