Líder do PDT quer apurar declarações de ex-agente sobre morte de João Goulart

29/01/2008 - 19h37

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do PDT na Câmara, deputado Miro Teixeira (RJ), encaminhou hoje (29) ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Sousa, petição no sentido de requisitar "diligências investigatórias de caráter preparatório" para tomar o depoimento de Mario Neira Barreiro sobre as circunstâncias em que ocorreu a morte do ex-presidente da República João Goulart. Segundo Miro Teixeira, o depoimento é importante para "instruir eventual procedimento investigatório criminal, inquérito, ação penal ou outra medida cabível em relação aos fatos que vierem a ser apurados sobre o assunto". Ele acrescentou que "estamos diante de um fato relevante que precisa ser tratado com sobriedade – o relevante é a verdade sobre a morte do ex-presidente".Em 2001, Miro Teixeira foi relator de comissão externa da Câmara destinada a apurar em que circunstância ocorreu a morte de João Goulart, em 6 de dezembro de 1976, na Argentina. Na petição ao procurador, o deputado afirma que as declarações de Mario Barreiro, em entrevista no final de semana ao jornal Folha de S. Paulo, acrescentam novos elementos às investigações já realizadas pela comissão.Além de cópias da entrevista, o deputado anexou à petição um exemplar do relatório final da comissão que, segundo ele, ouviu pessoas que conviveram com Goulart – como Leonel Brizola, Miguel Arraes e Neiva Moreira – e não encontrou documento que comprovasse o assassinato do ex-presidente. Miro Teixeira também informou ter enviado ao ministro da Justiça ofício em que solicita cópia do depoimento que a Polícia Federal deverá tomar de Barreiro, por determinação de Tarso Genro. Ex-agente do serviço de inteligência do governo uruguaio, Mario Barreiro está preso desde 2003 na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (RS). Na entrevista publicada ele afirma ter espionado o ex-presidente, que teria sido envenenado.