Benefícios do fim da CPMF superam os prejuízos com IOF maior, diz consultor

03/01/2008 - 16h14

Sabrina Craide*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O aumento de 0,38% na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não deverá prejudicar o setor produtivo brasileiro ou a população, pois eles já foram beneficiados com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A análise é do consultor Júlio Gomes de Almeida, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). “Ao reintroduzir o IOF, o governo trocou um custo que já existia, o da CPMF, pelo custo do IOF”, afirmou.Na avaliação de Almeida, alguns setores da economia serão beneficiados com o fim da CPMF e essa vantagem não será neutralizada com o aumento do IOF. “Cadeias de produção mais longas como maquinaria, indústria química e petroquímica e indústria automobilística, tiveram um alívio muito grande com o fim da CPMF, que o aumento do IOF não vai neutralizar”, disse.Em relação à população, o consultor do Iedi também disse acreditar que não haverá prejuízos financeiros: “A população sai beneficiada com o fim da CPMF, mesmo com a reintrodução do IOF, porque vai ter mais R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões para o seu gasto, que antes iam para o governo.”Segundo Almeida, havia uma expectativa de que o crédito ficasse mais barato e de que as exportações fossem beneficiadas com o fim da CPMF, o que não irá ocorrer por causa do aumento do IOF.“Foi uma frustração ver o crédito, que estava um pouco mais barato, e o exportador, que estava um pouco mais aliviado, com o fim da CPMF. Isso não foi possível, no entanto, com o aumento do IOF: para o tomador, o crédito continuará tão caro como antes. Na prática, foi como trocar seis por meia dúzia”, concluiu.