Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministériodas Relações Exteriores ainda não foi comunicadooficialmente sobre a decisão da Justiça da Itália,que pediu a prisão de 140 sul-americanos, entre eles 13brasileiros, supostamente envolvidos em crimes durante a ditadura militar na denominada Operação Condor. Desdesegunda-feira (24), a imprensa do país europeu veicula a ordem doTribunal Penal de Roma para punir os responsáveis pelodesaparecimento de 25 italianos.De acordo com aassessoria de imprensa do Itamaraty, nenhum documento relacionado aocaso foi encaminhado pelas autoridades européias e ainda nãoé possível confirmar o envolvimento de brasileiros.Caso sejam recebidos oficialmente, os pedidos de prisão serãoentregues ao Ministério da Justiça. A prisãodo ex-militar e integrante da ditadura uruguaia Néstor JorgeFernandes motivou, segundo informa a agência de informaçõesargentina Telam, a expedição de novas ordens de captura. Fernandes, que era responsávelpelo serviço secreto do Uruguai, foi detido na últimasegunda-feira (24) na província de Salerno, sul da Itália. Nenhum dosbrasileiros incluídos na lista da Justiça italiana teveo nome divulgado. Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru eUruguai são os outros países que podem receber pedido de extradição de ex-militares. A Telamassegura que o ex-presidente argentino Jorge Videla e o entãoresponsável pela Marinha daquele país, EmilioMassera, integram a lista. À Operação Condor é atribuída aresponsabilidade pela formação de um sistema deinteligência para troca de informações entre asditaduras latino-americanas sobre os oposicionistas ao regime militarestabelecido na região nas décadas de 70 e 80 . No período eram comuns as denúncias de tortura e de desaparecimento e morte de milhares de militantes dos partidos deesquerda na América do Sul.