Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A partir de 2008, o monitoramento da qualidade das águas do Rio Madeira, em Rondônia, ganhará reforço em função de um trabalhoconjunto entre o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), a AgênciaNacional de Águas (ANA) e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) queteve início neste mês. Serão instaladossensores capazes de fazer o acompanhamento permanente de indicadoresrelativos à poluição das águas, à quantidade de sedimentos e à variação dequalidade ao longo das estações secas e chuvosas.Ambientalistas estão preocupados com a qualidade das águas do Madeira, após oanúncio das empreiteiras que ficarão responsáveis pela construção daprimeira usina do complexo hidrelétrico do rio - SantoAntônio - que deve gerar 3,15 mil megawatts a partir de 2016.De acordo com o especialista em Recursos Hídricos da ANA,Maurrem Ramon Vieira, a ação conjunta compreende uma segundaetapa, onde os dados coletados irão alimentar o banco de dados doSistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) da agência, que ficará disponível na internet para atenderórgãos de defesa do meio ambiente, de fiscalização, instituições depesquisa e usuários das águas do Madeira. A estimativa é de que os dadosestejam liberados para consulta pública a partir do segundo semestre de2008. "A idéia é instalar duas sondas de monitoramento automático dequalidade de água, que vai nos dar informações sobre temperatura, PH,turvidez, condutividade elétrica junto às águas do Madeira, em doispontos. Essas informações vão permitir o acompanhamento das alteraçõesque poderão vir a ocorrer após o início da construção da hidrelétrica. No Brasil, existem poucas iniciativas com esse nível deinformação sobre a qualidade das águas e isso significa que ela é inédita para a região e que vai fornecer um nível e umadensidade de informação sem precedentes para a população", afirmou.A chefe da Divisão de Análise Ambiental do Sipam em PortoVelho, Ana Strava, explicou que as águas do Madeira são utilizadas parao abastecimento da cidade e de outras comunidades ribeirinhas.O monitoramento permitirá a ação imediata dos órgãos públicos paraproteção da saúde dessa população, estimada em aproximadamente 400 milhabitantes. "No caso específico do Madeira, há expectativa de que hajauma alteração em todo o fluxo de sedimentos, o que possivelmente vaialterar a formação de ilhas, os processos erosivos e os nutrientes. É importantíssimo que seja feito o acompanhamento anterior e posterior àinstalação dos empreendimentos para verificar tais alteracões. Aintenção do Sipam é desenvolver esses estudos em parceria com a ANA edepois disponibilizar os resultados para os que decidem epara a sociedade em geral", acrescentou.