Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil tem condições de mostrar para a sociedade e para acomunidade internacional que a produção de etanol ésustentável tanto do ponto de vista ambiental quantoeconômico. A afirmação é do pesquisador echefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Solos, Celso Manzatto, responsávelpela coordenação do zoneamento agroecológico dacana-de-açúcar, que está sendo planejado pela empresa, com previsãode conclusão para outubro de 2008. O trabalho éfeito em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Universidade de Campinas (Unicamp), secretarias estaduais deagricultura e meio ambiente, dentre outras. Está ainda na fase inicial, que compreende a completa sistematizaçãodos dados sobre solo, clima, uso da terras, cobertura vegetal easpectos hídricos de todas as regiões do país. “Estamos selecionandoáreas potenciais para cultivo da cana-de-açúcar,considerando que não interessa a expansão em áreacom algum tipo de restrição ambiental, nem competir com área de produção de alimentos”,explicou Manzatto. Apesar das críticasque o estudo recebe de ambientalistas e de representantes deagricultores quanto à falta de antecedência, Manzatto considera o zoneamento agroecológico“uma atividade extremamente estratégica e pioneira noBrasil”, que permitirá um planejamento inédito da expansão de uma cultura de forma ordenada e com critérioseconômicos e ambientais. Segundo o pesquisador,a possibilidade de produção de cana-de-açúcarna Amazônia esbarra em restriçõesclimáticas, de solo e ambientais, na falta de infra-estruturaadequada da região e também em “discussõespolíticas que não cabem à Embrapa” . Manzatto prevêcondições para que a cultura da cana-de-açúcarcresça fora do eixo centro-sul (Mato Grosso, Mato Grosso doSul, Goiás, São Paulo, Minas e Paraná), que hojeconcentra a produção nacional. Maranhão, Piauíe Tocantins são estados onde já foram identificadospotencial técnico para receber a expansão.