Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O aumento do número de pousos e decolagens nos aeroportos de todo o país, emdecorrência das comemorações de fim de ano,parece agravar os transtornos na hora de embarcar. Passageiros comdestinos diversos e que passaram pelo Aeroporto Internacional deBrasília hoje (22) criticaram o descaso das companhias aéreas eafirmaram que as medidas para prevenir problemas precisam sermelhoradas.
Retirado da fila de check-in, BrunoMagalhães Costa, que viajaria de manhã para Salvador, no vôo 3566, da TAM, procurou resolver a situação de overbooking (quando a companhia aérea vendemais passagens do que a capacidade de assentos da aeronave), mas só deve embarcardepois das 22 horas. “Fuiretirado da fila de check-in e colocado em uma fila de esperamaior ainda. O vôo foi encerrado, preencheram as vagas e estouno aeroporto sem conseguir embarcar”.
Orientadopor fiscais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Bruno procurou a sede do órgão em busca de informações.Segundo ele, em casos de overbooking ou de cancelamento, a Anacdiz que a empresa aérea pode optar por fazer acompensação oferecendo crédito, hospedagem,alimentação e transporte.
Para Bruno, tais medidasnão devem, entretanto, ser vistas como benefícios. “Se opassageiro pagou a passagem, tem direito de embarcar. A empresaremanejar ou dar hospedagem e almoço não é nadamais que obrigação dela. Não hácompensação nisso”. Segundo Bruno, as medidas tomadas pela Anac para prevenir ou minimizar problemas nosaeroportos ainda precisam ser revistas.Tereza Fontenelle, que iria para São Luís no vôo 3182 da TAM, também acha que as medidas não estão funcionado. "Até o momento, não estãosurtindo o efeito que foi planejado”.
Terezasaiu de Belo Horizonte já com o vôo atrasado e, aochegar a Brasília, perdeu a conexão para São Luís. Realocada pelacompanhia aérea junto com um grupo de outras quatro pessoas com quemviaja, a passageira sódeve deixar Brasília às 23h59 de hoje.“Agente está há um ano fora. Já tinha toda umaprogramação com a família e amigos. Isso afetaprofundamente.” Ela disse que, diante do problema, vai fazer o registro do caso e,quando estiver com a documentação em mãos, vaidar entrada no Juizado Especial e pedir o ressarcimento. A longa espera é falta de respeito, afirmou Tereza, que há dois anos passou pelo mesmo problema, procurou o JuizadoEspecial e conseguiu o ressarcimento. “Em 30dias, a empresa foi intimada e a gente negociou. Fui ressarcida comuma passagem aérea com validade de um ano para qualquer lugardo país.”