Raphael Ferreira
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A sexta-feira (14) foi tranqüila no Morro da Providência, no Rio de Janeiro, ocupado desde ontem (13) por mais de 200 soldados do Exército. Segundo a Polícia Militar, que está prestando apoio às tropas em locais estratégicos, não houve incidentes na comunidade desde a chegada do contingente.Os soldados estão trabalhando em obras de urbanização e garantindo a segurança do Projeto Cimento Social, de revitalização de casas populares. A presença do Exército, no entanto, tem sido vista com cautela por moradores do morro e pesquisadores.O especialista em segurança pública da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Ignácio Caño, acredita que as obras trarão benefícios à população. Ele porém acredita que o uso das Forças Armadas decorre mais de estratégia política do que de iniciativa de fundo social."Durante muitos anos, as obras do programa de urbanização Favela–Bairro ocorreram no Rio sem a presença do Exército e sem um efetivo ostensivo de policiais nas favelas. Mesmo assim, as obras foram concluídas sem problemas”, argumenta Caño. “Acredito que a presença do Exército não é necessária, mas serve para passar a idéia de que o governo federal está preocupado com a segurança dessas comunidades.”O Exército ocupou o Morro da Providência em março de 2006 para recuperar dez fuzis roubados de um quartel, o que desencadeou tiroteios na região. Desta vez, a missão é pacífica. Segundo o Exército, a meta é revitalizar 80 casas até o fim de dezembro e mais 700 moradias ao longo do próximo ano.