Consumidores divergem sobre como proceder após fim da CPMF

14/12/2007 - 13h46

Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Após adecisão do Senado Federal de nãoprorrogar a cobrança da ContribuiçãoProvisória sobre Movimentação Financeira (CPMF),a discussão sobre os possíveis impactos econômicosdo fim do imposto tomou as ruas. Consumidores divergem sobre comoproceder diante do fim da alíquota de 0,38% que deixaráde ser cobrada a partir de janeiro.Adiar astransações bancárias de maior valor para o anoque vem é a recomendação do comerciante ArnaldoLuiz de Faria. Segundo ele, que se diz satisfeito com o fim dacobrança, sem a CPMF, a expectativa é de que usuáriosdo sistema financeiro possam economizar.“Tenhotransferências bancárias de valores relativamenteelevados que vou postergar para janeiro. Para os usuários dosistema bancário o fim da CPMF vai ser uma economiainteressante. Acho que o movimento nos bancos deve cair neste fim deano e as pessoas devem evitar fazer saques”, analisou Arnaldo, queprevê ainda preços mais baixos no comércio com ofim da taxação. Nem a propostado governo de destinar toda a arrecadação do imposto,caso fosse prorrogado, para a saúde convenceu o comerciante sobre a relevância do tributo.Ele diz não acreditar que as verbas seriam repassadasintegralmente para atendimento em hospitais e postos de saúde.“Essapromessa [de repasse integral] não é de agora.Como sempre se diz que tudo seria destinado à saúde.Acredito que essa proposta era apenas um artifício do governopara aprovar a CPMF”, afirmou.Mais comedidoao falar sobre o fim da cobrança, o servidor públicoAntônio Pedro da Silva espera benefícios da extinçãoda CPMF, mas não pretende alterar as datas de suasmovimentações bancárias. “Minha rotinacontinua normal. Até porque não movimento grandesvolumes de dinheiro. Vou gastar o que tiver de gastar”, assegurou.Quanto a umapossível escassez de verbas para área de saúdeem decorrência da decisão dos senadores, Pedro esperaque o governo execute as medidas necessárias para garantir osserviços prestados à população.“AConstituição prevê repasses para a saúdeindependente da CPMF. A contribuição foi criada em ummomento emergencial. O que se viu ao longo do tempo é que asaúde não melhorou e a arrecadação foiusada para outros fins. Se o governo agir com seriedade, a saúdevai pelo menos permanecer como está”. Assim comoparte dos consumidores, o diretor de Economia da AssociaçãoNacional dos Executivos de Finanças, Administraçãoe Contabilidade (Anefac), Andrew Frank, aposta em ligeira reduçãode preços após fim da CPMF. “O consumidor deve ter umganho porque os preços devem cair”, analisa o especialista.