Seis senadores da base governista votaram contra CPMF

13/12/2007 - 1h39

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na votaçãodo artigo 2º da proposta de emenda à Constituição(PEC) que prorrogava até 2011 a Contribuição Provisória sobre Movimentação financeira (CPMF), seis senadores da basegovernista votaram contra a manutenção do imposto.São eles: JarbasVasconcelos (PMDB-PE), Geraldo Mesquita (PMDB-AC), Mão Santa(PMDB-PI), Expedito Júnior (PR-RO), Romeu Tuma (PTB-SP) eCésar Borges (PR-BA).O senador MozarildoCavalcanti (PTB-RR), substituído na votação damatéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa pela líder Ideli Salvati(PT-SC), não compareceu à votação.A manutenção do imposto foi rejeitada no Plenário do Senado por 45 votos a 34. O governo precisava de 49 votos para aprovar a PEC, que também tratava da prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2009. A DRU foi aprovada em primeiro turno, por 60 votos a 18. O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), já marcou a votação em segundo turno para o próximo dia 20.A CPMF termina no próximo dia 31. Com isso, o governo deixará de arrecadar, no ano quevem, R$ 40 bilhões, recursos destinados principalmente àSaúde, Previdência Social e paraerradicação da pobreza.Ao comentar a derrota,o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR),disse que agora o governo vai buscar formas parafinanciar a Saúde.“A aprovaçãoda DRU garante a questão do superávit primário edo equilíbrio fiscal. Se tivesse caído a DRU, aíseria uma ação muito mais negativa, porque somaria coma queda da CPMF e seria uma sinalização muito ruim”,disse. “A questão da CPMF vamos verificar como repor osrecursos para a Saúde”.O líder doDemocratas, José Agripino (RN), afirmou que a rejeiçãodo imposto era um anseio da sociedade."Os partidos daoposição interpretaram os sentimentos do cidadão,e os argumentos do governo foram muito equivocados. Quem ganhou foi asociedade, com os argumentos que nós verbalizamos. O Brasilvai numa quadra diferente. O resultado é um choque dedemocracia. O governo vai entender que é preciso dialogar erespeitar a oposição”.Com a rejeiçãoda CPMF, o Orçamento Geral da União, que está sendovotado no Congresso Nacional, terá que ser alterado, porquenele estão previstos cerca de R$ 20 bilhões para a Saúde, provenientesdo imposto.