Administrador de casa de apoio considera repasse "pequeno, mas fundamental"

17/06/2007 - 18h03

Ana Luiza Zenker
Da Agência Brasil
Brasília - O valor mensal recebido pelas casas de apoio para portadores de HIV depende de que tipo de pessoa a casa recebe e pode ser de R$ 200 ou de R$ 350 por pessoa atendida. O governo federal faz um repasse do Fundo Nacional de Saúde que precisa ser complementado. Para Alderaci de Sousa Sena, administrador de uma casa de apoio em Ceilândia, uma cidade do Distrito Federal, o valor recebido do governo é pouco, mas é fundamental para que o serviço seja mantido."A gente conta todo mês com os R$ 200, todo, agora, se a gente não pudesse contar, teria que esperar a espontaneidade de pessoa em depositar na nossa conta, de ligar, de se oferecer para ajudar". Sena, como é mais conhecido, afirma que o custo mensal por cada pessoa atendida pela casa gira em torno de R$ 500. O valor repassado é menor do que o custo, mas o repasse prevê a complementariedade de recursos próprios das casas de apoio."Essas entidades não devem sobreviver só de recursos do governo, pois o objetivo do programa não é esse, elas devem sobreviver de outros recursos", diz Diva Arruda, gerente de DST e Aids do Distrito Federal. Nesses recursos estão incluídas doações, valores obtidos com bazares e outras atividades que as casas de apoio possam realizar.Sena explica que a casa de apoio que ele administra já realizou muitos bazares, tanto com doações recebidas como com produtos produzidos pelos moradores da casa, nas oficinas de costura e de produção de velas. No entanto, o retorno obtido com essas atividades, segundo ele, não compensavam o tempo e esforço empregados nela. Por isso, deixaram de realizar os bazares e hoje "a casa vive mais de doações de pessoas que se solidarizam com a situação das pessoas", afirma.Uma das principais dificuldades sentidas pela casa de apoio, segundo Sena, é o estado em que muitas pessoas chegam à instituição. "A pessoa está desestruturada, em crise, desesperada, está no ponto de se suicidar, porque não aceita a doença", conta. Além disso, ele diz que algumas pessoas são encaminhadas já numa fase avançada da doença e sem estar em tratamento, o que acaba levando ao falecimento dessa pessoa.