Líder do PSB diz que companhias aéreas têm "muita culpa no cartório" em crise do setor

30/03/2007 - 23h57

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do PSB na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque (RS), diz que a crise no setor aéreo também é responsabilidade das companhias aéreas, apesar de o governo ter cometido “relapsos imperdoáveis”, como ausência de planejamento, falta de controladores de vôos e de substituição adequada de equipamentos.“As empresa aéreas brasileiras têm muita culpa no cartório porque não repuseram os aviões necessários para cobrir a demanda que a Varig deixou em aberto, e não cumpriram a execução de linhas via Rio de Janeiro. Prefiram levar [aviões] para Brasília e para Congonhas [São Paulo] e transformaram o espaço aéreo em um verdadeiro engarrafamento de aviões, voando ou estacionados”.Segundo ele, as empresas estão “comodamente escondidas” atrás das críticas contra o governo e a Infraero. Albuquerque afirma que o governo “está correndo contra o tempo perdido” para modernizar os aeroportos, o sistema de tráfego aéreo e regularizar a situação da população que quer viajar.Hoje (30), todos aeroportos comerciais do país foram fechados em razão do protesto dos controladores de vôo do Centro Integrado de Defesa e Controle do Espaço Aéreo (Cindacta).Segundo a Associação dos Controladores de Vôo de Brasília a ação é contra represálias do Comando da Aeronáutica, que estaria transferindo de cidade operadores ligados à entidade.O deputado afirmou, ainda, não acreditar que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) possa resolver o problema rapidamente. “Acho muito difícil que uma CPI, que deseja criar uma política de criminalização sobre problemas aéreos, possa apontar soluções ou até mesmo decifrar o acidente com o avião da Gol com Legacy, coisa que a Polícia Federal com todas as especialidades não conclui”.Na avaliação dele, a chamada CPI do Apagão Aéreo seriviria de palanque eleitoral para desviar o foco das discussões sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).