Polícia Federal faz operação para desarticular grupo que montou sistema bancário ilegal

30/03/2007 - 11h47

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Federal e a Receita Federal realizam hoje (30) a Operação Ouro Verde para desarticular duas redes ilegais de câmbio e de remessa de valores para o exterior. A ação ocorre nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O grupo participava também de esquemas de evasão fiscal e de fraudes na importação. De acordo com nota divulgada no site da Polícia Federal, a organização instalou uma espécie de sistema bancário paralelo. O grupo oferecia serviços bancários, como manutenção de conta corrente e investimentos, compra e venda de moeda estrangeira, além de remessa de valores para o exterior sem declarar ao Banco Central.  Segundo a Polícia Federal, os serviços permitiam à organização ocultar e lavar dinheiro obtido com a prática de diversos crimes, especialmente contrabando e tráfico de drogas. As investigações começaram em novembro de 2005. A polícia descobriu que o grupo possui contas em paraísos fiscais, em países como Alemanha, Estados Unidos e China, além de empresas off-shore (que se estruturam como uma espécie de zona livre de impostos, ou seja, paraísos fiscais) no exterior.  A organização já teria movimentado mais de US$ 10 milhões. A Justiça Federal determinou o bloqueio de aproximadamente 560 contas bancárias ligadas ao esquema. A organização tem como clientes mais de 30 empresas, que estão sendo alvo das buscas da Polícia Federal. Algumas dessas empresas, além de evasão de divisas, promoviam importação fraudulenta de pneus usados. No Rio Grande do Sul, a Polícia Federal descobriu o envolvimento de uma das maiores financeiras do estado, utilizada como fachada para lavar o dinheiro. Cerca de 700 policiais federais e 160 auditores fiscais participam da operação. Em Santa Catarina, estão sendo cumpridos 76 mandados de busca e apreensão e cerca de 15 mandados de prisão. No Rio Grande do Sul, foram expedidos 55 mandados de busca e apreensão e mais 20 de prisão.De acordo com a Polícia Federal, os presos são, em sua maioria, doleiros e empresários. Eles responderão por crime de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, funcionamento de instituição financeira sem autorização legal, entre outros.A operação foi denominada Ouro Verde como alusão à cor das cédulas de dólar e ao lastro metálico da moeda americana.