Oposição critica edição de medidas provisórias para criar novas secretarias

30/03/2007 - 20h39

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os partidos de posição prometem dificultar a aprovação, na Câmara dos Deputados, das medidas provisórias que criam as secretarias de Comunicação Social e de Portos, cujos titulares terão status de ministros. Os oposicionistas argumentam que a criação dessas secretarias se destinam a acomodar aliados em troca de votos. "Não tem cabimento criar cargos para ter maioria no Congresso. Qual é a finalidade dessas novas secretarias? Certamente não é ter mais eficácia, mas apenas ter votos no Congresso", afirmou o líder do PPS, deputado Fernando Coruja (SC).Segundo Coruja, a oposição não pretende obstruir a votação dessas matérias para atingir o governo, mas por considerar que elas demonstram "mais uma relação promíscua entre o Executrivo e o Legialtivo". Ele afirmou que a tendência é que a oposição vote contra as MPs. "Nós temos sistematicamente votado contra a criação de novos cargos e órgãos. O governo brasileiro tem abusado na criação de cargos comissionados", criticou.Para o líder da minoria, deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), o governo já tem ministérios demais e não precisa criar outros. "O governo já tem um número muito grande de ministérios, está no caminho inverso da tendência mundial de enxugar a máquina pública. Para tender às demandas da base, faz concessões", afirmou. Segundo Redecker, é desnecessária a separação da área de portos do Ministério dos Transportes para a criação da  Secretaria. "O governo vai comprometer mais recursos para atender a uma demanda da base", afirmou o líder.O líder do PT, deputado Luiz Sérgio (RJ), defendeu a criação das secretarias através de MPs, por ser um instrumento que começa a valer com a sua edição. Segundo ele, as duas  secretarias são importantes para melhorar a qualidade da administração pública. Ele criticou a posição da oposição e minimizou a ameaça dos parlamentares da oposição votarem contra as duas MPs."O governo tem maioria e precisa contar com essa maioria para aprovar as matérias de seu interesse. Seria ingenuidade acreditarmos que a oposição não fosse utilizar desse mecanismos para fazer disputa política". disse o líder petista. "É Claro que a oposição vai querer um mecanismo menos ágil. Mas o governo precisa o mais rápido possível colocar em prática o programa que apresentou na campanha eleitoral".