Presidente da Gol diz que funcionários da Varig serão mantidos

29/03/2007 - 17h41

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente da companhia Gol Linhas Aéreas, Constantino de Oliveira Júnior, afirmou hoje (29) que os atuais funcionários da Varig serão mantidos na empresa e que os que foram demitidos anteriormente terão prioridade em contratações que poderão ser feitas no futuro. Segundo ele, é filosofia do grupo buscar valores profissionais dentro da própria empresa. “Nós iremos confiar aos colaboradores atuais da Varig a oportunidade de realizar essa transformação”, disse em entrevista coletiva na capital. A Gol anunciou a compra da Nova Varig (VRG Linhas Aéreas) por cerca de US$ 275 milhões. Com a aquisição, o grupo assumirá o transporte de 20 milhões de passageiros por ano, tornando-se capaz de competir na América do Sul e em âmbito mundial com outros grandes grupos aéreos internacionais e assumindo, no final de 2007, a liderança do mercado doméstico brasileiro.Constantino também informou que a transferência está sujeita à aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) à avaliação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para o qual as empresas terão de prestar informações sobre os aspectos financeiros da aquisição. Enquanto o negócio não for aprovado pela Anac, a operação das empresas segue como está. “A transação já está sendo submetida à avaliação dos conselheiros do Cade, e a independência das companhias indica que existirão duas opções de serviços disponíveis no mercado. E nós vamos aguardar o pronunciamento das autoridades”. De acordo com o empresário, a transação não impactará negativamente na competição interna. Ele disse que o grupo pretende continuar estimulando o mercado com tarifas baixas e o benefício dos preços, tanto para vôos domésticos quanto para vôos internacionais. “As empresas terão gestões independentes. Naturalmente, buscaremos ganhos de sinergia com relação a escala, poder de compra, de negociação junto aos fabricantes de aeronaves”. O presidente da Gol reforçou que o programa de milhagens da Varig será mantido, priorizará vôos domésticos diretos, e no internacional trabalhará com duas classes (executiva e econômica) também com programa de milhagens. “Vamos buscar sinergia para as duas companhias, mas cada uma delas terá sua independência em relação ao mercado e a buscar satisfazer as necessidades de cada cliente com seu produto”.Constantino ressaltou que as negociações para aquisição da Varig já vinham ocorrendo em sigilo e que a operação só ocorreu agora, porque houve certeza de que a Gol poderia arcar com todas as implicações da aquisição. Quanto ao preço pago pela empresa, Constantino afirmou que o processo de crescimento de operação da Varig durante o período da homologação do leilão (em meados do ano passado) até hoje exigiu investimentos do controlador. “Naturalmente, ele investiu muito mais do que os US$ 20 milhões iniciais quando da aquisição da companhia no leilão”.   Sobre os passivos da antiga Varig, Constantino destacou existem empresas em recuperação que estão em um regime de proteção judicial e nesse âmbito a venda foi realizada depois de diversas assembléias com os credores e depois de todos concordarem com as condições de compra. “A aquisição da Varig pela Gol está sendo feita livre de qualquer passivo. A Gol pretende fazer com que a Varig cumpra com todos os compromissos assumidos e dessa forma entende que está livre de qualquer contaminação de passivos ”. O presidente da Gol afirmou ainda que a principal vantagem da compra das Varig para a Gol será adicionar valor aos seus acionistas. Ele disse ter muita confiança de que a Varig permitirá à Gol alcançar seu nível de bons resultados e de bom atendimento. “As vantagens da compra são inúmeras. Há possibilidade de acelerar o crescimento da Gol, há possibilidade nós estabelecermos dois níveis de serviços diferenciados. Essa é uma oportunidade única que a Varig está nos permitindo, além da sua expressão nacional e com um nome conhecido internacionalmente mesmo tendo passado por algum desgaste”.