Etanol eleva participação da cana-de-açúcar na matriz energética brasileira

29/03/2007 - 17h16

Nielmar de OLiveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A produção de etanol no país, que noano passado totalizou 17,8 bilhões de litros – um aumento de 10,8% nacomparação com 2005 – foi a principal responsável pela elevação da participaçãoda cana-de-açúcar na matriz energética brasileira. Os dados constam dos resultadospreliminares do Balanço Energético Nacional (BEN), de 2006, divulgados nestaquinta-feira (29), no Rio de Janeiro, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).De acordo com os números divulgados,a participação nacional dos derivados da cana-de-açúcar na Oferta Interna deEnergia (OIE) passou de 13,8%, em 2005, para 14,4%, em 2006. Com esta variação, o peso dosderivados da cana na matriz energética brasileira se aproximou dos 14,6%representados pela energia hidráulica – que ainda se mantém como a principalfonte de energia renovável no país.Ao destacar o expressivo aumento daparticipação da cana como fonte de energia, o presidente da EPE, MaurícioTolmasquim, afirmou que se 2005 pôde ser considerado o ano do gás natural,2006 foi o do etanol.“O grande destaque deste balançoenergético são os derivados da cana-de-açúcar – principalmente o etanol. Eudiria que o ano de 2006 foi o ano do etanol, o ano em que nós registramos umagrande expansão dos derivados destes produtos. Desde a produção de açúcar,passando pela geração de energia elétrica a partir do bagaço da cana e,principalmente, do etanol”. Na avaliação de Tolmasquim, asperspectivas para os próximos anos são de que o etanol continue sendo a vedeteda matriz energética brasileira. “Um dado muito interessante neste processo éque o etanol já se equipara à energia hidroelétrica, e a tendência é de que embreve ele venha a superá-la, dado que, cada vez mais, os produtos dacana-de-açúcar ganham uma importância maior no cenário energético brasileiro”, disse. Os derivados do petróleo, no entanto, continuama liderar o volume de participação na matriz energética, com 38,8% do total,mantendo-se estável em relação a 2005; a lenha e o carvão vegetal representaram 12,4%ante 13% no ano anterior, e o gás natural ficou com 9,5% de participação na matriz energética.