Em fevereiro, arrecadação da Previdência é R$ 2,795 bilhões menor do que os gastos

29/03/2007 - 15h15

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A arrecadação da Previdência Social foi R$ 2,795 bilhões no mês de fevereiro em relação aos gastos. O resultado influenciou na contabilidade do superávit primário (economia para pagamento de juros da dívida) do governo central, que foi de R$ 3,312 bilhões no mês. Os números estão no relatório divulgado hoje (29) pelo secretário do Tesouro Nacional, Paulo Godoy.Houve queda de 72% em relação ao superávit contabilizado em janeiro, por causa do ingresso de dividendos pagos pela Petrobras e do recolhimento trimestral de impostos apurados em dezembro. Mas, de acordo com Paulo Godoy, o déficit da Previdência caiu 24,36%, em comparação a janeiro, e acumula déficit de R$ 6,491 bilhões no primeiro bimestre, com redução de 10,89% em relação ao mesmo período de 2006.Segundo ele, as contas da Previdência “apresentaram relativa melhora” em fevereiro, em linha com a criação de novos empregos formais. Além disso, acrescentou que as despesas com benefícios previdenciários cresceram menos que em anos anteriores. Enquanto a arrecadação cresceu 10,1% em relação aos ingressos da Previdência em janeiro, houve incremento de 5,7% na arrecadação de contribuições previdenciárias.Em comparação com o primeiro bimestre do ano passado, a arrecadação líquida da Previdência teve aumento de 13,6%, impulsionado principalmente pela contribuições previdenciárias, que somaram R$ 20,532 bilhões, como afirmou o secretário do Tesouro. Fato que pode ser explicado, segundo ele, principalmente pela elevação de 11,3% da massa salarial, que repercute nas contribuições sobre a folha de pagamento.Enquanto isso, as despesas com benefícios aumentaram num ritmo menor, com incremento de 6,4% no primeiro bimestre do ano. Crescimento relativamente baixo porque no mesmo período de 2006 houve forte concentração de precatórios judiciais, no montante de R$ 1,8 bilhão, ao passo que esses gastos no bimestre passado somaram apenas R$ 354,2 milhões.Mas, excluindo-se as despesas com precatórios de benefícios, os gastos da Previdência passaram de R$ 23,1 bilhões, em janeiro-fevereiro do ano passado, para R$ 26,2 bilhões no primeiro bimestre deste ano, o que corresponde a crescimento de 13,4%. No estoque de benefícios entre os dois períodos, destacam-se os aumentos de 368,3 mil aposentadorias e de 135,9 mil pensões por morte, contra redução de 30,5 mil benefícios de auxílio-doença.