Desemprego aumenta em fevereiro, mas movimento do mercado é considerado normal pelo IBGE

29/03/2007 - 15h05

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A taxa de desemprego no país atingiu 9,9%em fevereiro. O número ficou acima do registrado no mês de janeiro(9,3%), mas foi praticamente o mesmo apurado em fevereiro do anopassado (10,1%). Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Emprego(PME) divulgada hoje (29) pelo Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE).O levantamento indicou alta de6,5% no número de pessoas desocupadas nas seis principais regiõesmetropolitanas do país no mês de fevereiro. Cerca de 136 mil pessoas amais procuram emprego em relação ao mês anterior. Na comparação comfevereiro do ano passado, o contingente de pessoas sem ocupaçãoprofissional (cerca de 2,2 milhões) manteve-se estável.Do pontode vista do emprego, a pesquisa mostrou redução de 0,4% no número depessoas ocupadas: cerca de 91 mil a menos que em janeiro.Estatisticamente, a variação configura um quadro de estabilidade. Aredução foi registrada basicamente nas atividades ligadas a serviços,que incluem, por exemplo, alojamento e alimentação, e armazenagem etransporte, bastante sensíveis ao movimento turístico.Emrelação a 2006, no entanto, cresceu 2,5% o número de trabalhadoresocupados, totalizando 20,4 milhões em fevereiro deste ano – 506 milpessoas a mais do que no mesmo período do ano passado.De acordocom Cimar Azeredo, coordenador da pesquisa, o comportamento do mercadode trabalho em fevereiro foi o esperado para este período do ano,quando diminuem as contratações das atividades ligadas ao turismo egrande número de pessoas retorna das férias e retoma a busca peloemprego. “Na verdade é um movimento que já era esperado, a dispensa detrabalhadores em fevereiro continuou, você tem um aumento dadesocupação e cai o nível da ocupação, bem dentro do que era esperado”afirmou.Para o técnico do IBGE, além de esperados, os resultadosde fevereiro podem ser considerados positivos.”É interessante que adesocupação cresce com menos força do que aconteceu no ano passado. Dedezembro para fevereiro do ano passado, o acréscimo no número dedesocupados foi de 21% e agora só chegou a 17%. Então é um resultadodentro do esperado e positivo dado que você tem uma desocupação subindocom menos força” avaliou Azeredo.O aumento dodesemprego de janeiro para fevereiro foi mais agressivo no Rio deJaneiro(de 6,6% para 7,5%) e em Belo Horizonte (8,4% para 9,3%). Nasdemais regiões o quadro foi de estabilidade.O levantamento doIBGE também revelou estabilidade no emprego com carteira assinada dejaneiro para fevereiro – sua utilização ocorre em 42% da populaçãoocupada. Houve crescimento de 4,1% na formalidade nas relações detrabalho, no entanto, em relação a fevereiro de 2006. Aproximadamente335 mil pessoas a mais trabalhando com carteira assinada de um ano parao outro.A pesquisa também apontou aumento no rendimento médiodos trabalhadores em fevereiro (R$ 1096,30) em relação ao mês dejaneiro (2,5%). Cimar Azeredo destacou, no entanto, que o acréscimo narenda média é puxado pela alta nos salários das pessoas ganham mais. “Orendimento está subindo na população que tem salários maiores,principalmente entre os que têm 11 anos ou mais de estudo” avaliou. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento da renda foi de 6,1%.Deacordo com Azeredo, a perspectiva é de alta para a taxa de desempregotambém no mês de março, uma vez que “historicamente” é só a partir dosegundo trimestre do ano que o mercado de trabalho apresenta avançosdecorrentes do aquecimento na economia. “Se no mês que vem a taxa dedesocupação cair isso seria um fato atípico porque não é a tendênciasazonal”.