Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) se posicionou contra a possibilidade da Organização Mundial do Comércio (OMC) decidir sobre a importação obrigatória pelo Brasil de pneus usados. O diretor-geral da Anip, Vilien Soares, comentou a disputa entre o Brasil e a União Européia e avaliou o aspecto ambiental deve ser considerado.A União Européia quer derrubar a proibição de entrada de pneus usados no Brasil. O principal argumento do governo brasileiro é que a liberação provocaria danos ambientais e de saúde. O diretor-geral da Anip defendeu a posição brasileira e ressaltou que o aspecto comercial também deve ser considerado.“É uma concorrência a mais, mas principalmente há a questão ambiental envolvida. Esses pneus virão para cá e, por serem usados e reformados, vão se desgastar logo. E o Brasil é quem vai ter que destruir esses pneus. Nós não achamos justo que nós tenhamos que destruir pneus que foram produzidos em outros países, cada país que cuide de seu resíduo”, defendeu.Hoje (29), os fabricantes brasileiros de pneus novos anunciaram a criação de uma entidade nacional sem fins lucrativos para cuidar exclusivamente da coleta e destinação de pneus velhos no país. Chamada de Reciclanip, a iniciativa surgiu de um projeto iniciado pela Anip há oito anos, que conta com a adesão de prefeituras para instalar nos municípios centros de recepção de pneus, conhecidos como ecopostos. Até 2006, eram 220 em todo o país. Com a nova entidade, a expectativa é intensificar as parcerias para chegar ao final do ano com 270 centros em funcionamento.