Governo estuda reajustar valor de benefício pago pelo Bolsa Família, diz ministro

27/03/2007 - 21h56

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, afirmou hoje (27) que o governo está estudando a possibilidade de reajustar o valor do benefício do programa federal Bolsa Família. Hoje, o valor varia de R$ 15 a R$ 95.“Estamos propondo o reajuste com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) desde de outubro de 2003, quando o programa foi criado, até hoje para que as pessoas mantenham seu poder de compra e continuem assegurando seu direito à alimentação", explicou o ministro, durante audiência pública na Comissão de Seguridade e Família da Câmara dos Deputados.Segundo ele, outra proposta em análise pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é aumentar de 15 para 17 anos o limite da idade para os jovens participarem do programa, voltado a famílias com renda mensal que varia de R$ 60 a R$ 120 por pessoa. De acordo com Patrus, caberá ao presidente decidir pela ampliação da idade dos jovens e pelo reajuste. “ Ele pode fazer isso isoladamente ou no contexto de um conjunto de medidas que estão sendo estudadas no campo das políticas sociais'.O ministro foi convidado, por requerimento do deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), a prestar esclarecimentos sobre os projetos e assuntos relacionados à pasta que ocupa. Patrus disse que sua ida à Câmara dos Deputados não tinha caráter convocatório."É mais um convite. Sempre que convidarem estarei presente, não só para prestar contas, mas para ouvir críticas e sugestões que possibilitem o aperfeiçoamento dos nosso programas”.

Por diversas vezes, ele foi questionado sobre as ações do ministério em relação à segurança alimentar dos povos indígenas, mais especificamente sobre as comunidades do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Segundo ele, em 2006, o ministério distribuiu mais de 200 mil cestas de alimentos para 36 mil famílias indígenas.

“Temos que garantir o direito à vida e à alimentação. Estamos introduzindo o Bolsa Família para os indígenas, mas não é fácil, porque as comunidades têm características próprias”.

O pagamento de uma 13ª parcela do Bolsa Família também foi objeto de questionamento. “O Bolsa Família não é um benefício trabalhista ou previdenciário, e essa medida dificultaria ainda mais o controle do beneficio”, respondeu aos deputados.

Por fim, ele defendeu a maior integração entre os programas desenvolvidos pelo ministério e os demais programas do governo. Segundo ele, ontem (26), houve uma reunião com presidente para discutir a intersetorialidade governamental.