Confiança do consumidor na economia recua 2,8% em março

27/03/2007 - 16h55

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A confiança do consumidor na economiarecuou de fevereiro para março, segundo a Sondagem deExpectativas do Consumidor, da Fundação GetúlioVargas (FGV), divulgada hoje(27). O levantamento mensal, que combinaa avaliação do consumidor sobre a situaçãoatual com suas expectativas para os próximos meses, apurouqueda de 2,8% no Índice de Confiança do Consumidor(ICC). No mesmo período do ano, passado também foiregistrada redução de 1% no ICC. Na composição do índice atualfoi constatada piora na percepção dos entrevistadostanto a respeito da situação presente quanto em relaçãoao futuro. No caso da situação atual, com queda de4,5%, foi a maior registrada desde o início da pesquisa, emsetembro de 2005. No caso das perspectivas futuras, com reduçãode 1,9%, foi menor do que no ano passado, quando a reduçãofoi de 2,1%. De acordo com coordenador da pesquisa, AloísioCampello, é natural uma retração nasexpectativas do consumidor em março, que geralmente marca oinício do ano, depois de meses de grande otimismo. Observou noentanto que a situação econômica atual foi o quedeterminou uma redução maior no índice em 2007. “A avaliação dos consumidores emrelação à economia em março piorou muito.As expectativas de certa forma estão mantendo o patamar quereflete otimismo moderado em relação aos próximosmeses”, disse.Segundo ele, a sondagem está sinalizandoque a economia “perdeu um pouco o pique” ganho no final do anopassado. “A economia passou por um processo de aceleraçãono quarto trimestre, continuou crescendo no início do ano, masagora em março houve uma piora”, explicou Campello. Entre os requisitos relacionados à situaçãoatual, o levantamento apontou redução de 8,4% para 7,1%a proporção de consumidores que consideram boa asituação econômica de sua cidade, e aumentou de43% para 45,9% a dos que a consideram ruim.Em relação às perspectivasfuturas, foi observada redução de 14,5% para 12% nopercentual de informantes que planejam comprar mais bens duráveisnos próximos meses, enquanto aumentou de 25,9% para 28,7% aparcela dos que prevêem comprar menos.Para Aloísio Campello, o otimismo emrelação ao futuro da economia sofreu apenas “ligeiraredução”, mesmo diante de avaliaçõesnegativas para o mês de março, porque o consumidoraposta no crescimento econômico que vem acontecendo de maneirairregular no país. “Isso é possível, se vocêimaginar que a economia brasileira vem crescendo em saltos”,avaliou.A Sondagem de Expectativas do Consumidor érealizada mensalmente em 2.000 domicílios das sete principaiscapitais do país.