Isolar presidiários é "ato de emergência" necessário, diz Vannuchi

16/03/2007 - 1h46

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, disse que a adoção do regime disciplinar diferenciado (RDD) pelo governo federal foi um "ato de emergência" necessário para lidar com presidiários considerados de alta periculosidade.O 3º Relatório Nacional sobre Direitos Humanos no Brasil, que será lançado hoje (16), culpa o RDD - que determina o isolamento de detentos - pelo fortalecimento destes e do Primeiro Comando da Capital (PCC), grupo que comandou uma série de rebeliões em presídios paulistas e também atentados fora deles.“No colapso do sistema prisional, na medida que nós não tivemos nos últimos 30 anos a construção de um sistema norteado pela melhor política de segurança pública assentada na lei, no respeito aos direitos humanos, na boa formação policial, no bom salário para as polícias e na punição implacável para agentes de segurança pública envolvidos em quadrilha e corrupção, por exemplo, o RDD se faz necessário”, justificou Vannuchi à Agência Brasil.Segundo ele, o militante e o especialista não podem levar a defesa dos direitos humanos “a um ponto de cegueira” em que, diante do colapso do sistema de segurança pública, sejam adotadas medidas “que valiam há 80 anos”. O ministro afirmou que o RDD tem a constitucionalidade discutida na Justiça e pode ser substituído por políticas de médio prazo.E acrescentou: “Não vamos subestimar a importância da inauguração do presídio de Catanduvas (Paraná) e dos outros quatro que seguirão. Isso, pela primeira vez, pode desmantelar e tirar grandes lideranças do crime organizado do convívio com setores corruptos da polícia de cada estado, que já eram controlados por elas”.O ministro vai receber o relatório hoje e prometeu ler o capítulo dedicado ao RDD com muito cuidado.