Bolívia reafirma interesse em aderir ao Mercosul, mas com ressalvas

16/03/2007 - 21h16

Da Agência Telam

Buenos Aires (Argentina) - O chanceler da Bolívia, David Choquehuanca Céspedes, reafirmou hoje (16) o interesse do país em ser membro pleno do Mercosul, mas frisou a necessidade de “revisar” acordos assinados com o bloco para superar assimetrias.O chanceler reforçou assim o que o presidente Evo Morales disse durante a última Cúpula do Mercosul, no início do ano, no Rio de Janeiro. A Bolívia tem atualmente o status de país associado. Os membros são Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.Choquehuanca disse concordar com as “objeções” do Uruguai e do Paraguai, que pleiteiam compensações comerciais, mas advertiu que a Bolívia pretende ir “mais além”. “Queremos que o Mercosul possa beneficiar os pequenos produtores para superar as assimetrias entre as nações”, declarou na Embaixada da Bolívia em Buenos Aires.Ele descartou a possibilidade de sair da Comunidade Andina de Nações e disse que a Bolívia pretende integrar os dois grupos regionais. Mas reconheceu dificuldades. “No momento, [os blocos] não são compatíveis. Para fazer isso [integrar os dois], é preciso modificar algumas decisões tanto no Mercosul como na Comunidade Andina”.O ministro defendeu a “unidade sul-americana” e destacou as gestões de Morales e do argentino Nestor Kirchner. “(Os presidentes) não trabalham em função dos intereses de uns poucos, nem das empresas. Eles decidiram lutar para o povo e a relação entre eles fortalece a região”.Choquehuanca defendeu a unidade do continente “não só no âmbito financeiro, mas também no campo energético e da integração física”.O chanceler assinou ontem, com seus colegas da Argentina (Jorge Taiana) e Paraguai (Rubén Ramírez Lescano) um acordo para promover o desenvolvimento do Grande Chaco Americano, durante a 5ª Sessão do Comitê de Revisão da Implementação da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, na capital argentina.