Brasil discutirá chances de avanço na rodada de Doha em encontro do G-33

10/03/2007 - 19h57

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, anunciouhoje (10) que nos próximos dias participará, na Indonésia, de encontro dospaíses do G-33 (reúne as nações defensoras de medidas de proteção contra aentrada de produtos que coloquem em risco a atividade da agricultura depequenos lavradores). O anúncio foi feito após reunir-se por quase três horas,reservadamente, com a representante comercial dos Estados Unidos, Susan Schwab,no Hotel Word Trade Center, na capital paulista.Amorim disse que sua presença como convidado na reunião do G33 será uma oportunidade de demonstrar a possibilidade de, finalmente, sersolucionada a questão da pauta agrícola na comercialização mundial, entreoutras pendências que passam pelas tarifas de importações e maior abertura nospaíses em desenvolvimento para produtos industriais oferecidos pelas grandesnações. Em seu encontro com a representante norte-americana, Amorimtratou, justamente, desses temas, que têm sido entraves nas negociações da Rodadade Doha, encontro multilateral sobre as regras de comercialização em âmbito daOrganização Mundial do Comércio (OMC). Ao final do encontro com a representante americana, Amorim disseque acredita na possibilidade de um acordo que pode beneficiar os interessescomuns de todos. “Nós estamos nos aproximando de uma solução. Todos os principaisatores, não vejo ninguém (de peso) apostando no fracasso dentro dasnegociações”, acentuou. Na avaliação do ministro, essa é “uma oportunidade boa, podeser que não chegaremos ao ponto que desejamos, mas se olharmos os pontos deonde nós partimos, os hiatos são muito pequenos, e é preciso não perder essaperspectiva, e isso vale para tudo, subsídios internos acesso a mercados,produtos industriais e serviços”.O chanceler fez questão de destacar que o seu posicionamentosobre a urgência em se partir para um acordo final será submetido à apreciaçãodos parceiros do G-20 e debatido ainda com os membros do Mercosul. Mas deixouclaro que o Brasil buscará convencer os seus pares sobre a estratégia debarganha. “Se formos olhar um caminho de 100, acho que percorremos 80,e é claro que você pode chegar aos últimos 20 e não concluir”, disse. .