Candidatos disputam presidência do PMDB sem divergir sobre apoio a coalizão

05/03/2007 - 22h04

Iolando Lourenço e Marcos Chagas
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O PMDB escolherá no domingo (11) o presidente nacional da legenda pelos próximos dois anos. Disputam o cargo o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim (RS) e o deputado Michel Temer (SP), candidato à reeleição. Na reta final da campanha, o apoio do partido ao pretendido governo de coalizão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece como consenso entre os adversários.Maior partido  de apoio ao governo federal, o PMDB é fundamental na composição da base do governo no Congresso. Tem a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 91 parlamentares. No Senado, além da maior bancada - 20 senadores -, o PMDB também detém a Presidência com o segundo mandato de Renan Calheiros (AL).Os dois candidatos se referem a essa responsabilidade em suas campanhas. Em documento apresentado hoje por correligionários de Jobim, denominado "Manifesto da Unidade", governadores, senadores e deputados federais defenderam o diálogo político-institucional. Segundo o documento, esse diálogo deve acontecer "de forma transparente, fruto do amadurecimento de projetos de governo e de programas".O candidato Michel Temer, por sua vez, afirmou hoje que o importante é que o PMDB permanecerá unido com relação a participação no governo de coalizão. "Eu tenho um compromisso com as bancadas, com diretórios estaduais e com o partido como um todo, de completar esta coalizão programática e política que nós fizemos, com uma coalizão administrativa que seria levar representantes do partido para o governo".A chapa formada por Jobim enfrenta questionamento por parte de aliados de Temer. Segundo Temer, alguns nomes teriam sido incluidos sem autorização, e outros estariam repetidos na chapa adversária. O deputado Eduardo Cunha (RJ) pediu formalmente a impugnação da chapa. Jobim disse hoje que, se houver irregularidades, elas "serão sanadas". Temer, por sua vez, afirmou que esperará que isso aconteça, porque não quer ganhar "no tapetão".A convenção será realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. São quase 600 convencionais, com direito a 782 votos. Alguns, pelo cargo que ocupam, têm direito a mais de um voto. Para ser eleita, a nova direção peemedebista necessita, no mínimo, de 392 votos. A convenção partidária acontecerá das 9 às 17 horas de domingo.