Operação Verão da Polícia Rodoviária registrou 1.400 mortes e 27 mil acidentes

05/03/2007 - 20h42

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Operação Verão, realizada pela Polícia Rodoviária Federal nas estradas brasileiras desde o Natal, terminou neste domingo (4) e registrou a morte de 1.400 pessoas em 27 mil acidentes, em que ficaram feridas 17 mil pessoas. Os prejuízos, segundo dados levantados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foram de mais de R$  1,5 bilhão. Os acidentes cresceram 7,48% em relação ao mesmo período fechado em 2006. O número de óbitos aumentou 3,46% e o número de feridos subiu 10,39%.De qualquer forma, a PRF leva em conta que desde dezembro houve muita chuva no país, especialmente em janeiro. Além disso, a crise nos aeroportos, que acarretou aumento do tráfego das rodovias, e que acabou agravando as ocorrências. O coordenador operacional da PRF diz que o órgão já encaminhou estudos ao governo mostrando que, para “reforçar a fiscalização e conseqüentemente poupar mais vidas seria necessário a contratação de mais 10 mil policiais rodoviários federais, para garantir melhor o preceito constitucional de proteção da pessoa humana, da sua incolumidade e do patrimônio público e particular”.O levantamento realizado pelo Ipea, citado pela Polícia Rodoviária, revela que o custo médio de uma vítima fatal do trânsito fica em  mais de R$ 418 mil para o país, enquanto um acidente com ferido dá prejuízo de R$ 86 mil. Um simples acidente de trânsito sem vítima acarreta perda para o país de R$ 16 mil. Segundo a pesquisa, o Brasil perde anualmente R$ 22 bilhões com os acidentes em rodovias, sendo R$ 6,5 bilhões só nas estradas federais. O trabalho inclui todos os custos, como remoção de vítimas e de veículos, deslocamento de viaturas, o trabalho de atendimento, custo previdenciário, e até o possível fim da capacidade produtiva o indivíduo.Isso, segundo ele, mostra “a necessidade de o governo formalizar políticas públicas de maneira que a prevenção de acidentes seja mais efetiva”. O inspetor defende, como solução, "a saturação da fiscalização, com a elevação da penalização de infrações e a longo prazo a educação, a instrução". "O nosso motorista não se acostumou a seguir, desde pequeno, as regras de trânsito, porque não sofreu ação coercitiva do estado. No quadro atual, só isso pode conter os efeitos das estatísticas, pois nenhum acidente ocorre sem uma causa primeira e geralmente ela está ligada ao cometimento de infração”, conclui.