Transposição do São Francisco já poderia ter começado, diz coordenador

19/02/2007 - 17h53

Érica Santana e José Carlos Mattedi
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Já existem condições para realizar a transposição dabacia do Rio São Francisco. A afirmação foi feita pelo coordenador do Programa Nacional deRevitalização de Bacias Hidrográficas do Ministério do Meio Ambiente,Maurício Laxe, em entrevista à Agência Brasil

Segundo ele, a maioria dos procedimentos já foi realizada. “Aoutorga dada pela Agência Nacional das Águas (ANA) só permite bombearmais de 26 metros cúbicos por segundo quando verter água em Sobradinho,que é, no caso agora, nas cheias. O impacto ambiental já foi analisadopelo Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]. O órgão já licenciou. Existe uma série de etapas que jáforam superadas”, disse Laxe.

ParaLaxe, agora é preciso debater o projeto com a população. Ele lembrouque, com esse objetivo, alguns acordos foram firmados comrepresentantes de movimentossociais da região da bacia do São Francisco no período de 2005 a 2006.

“Acredito que oscanais de comunicação nos permitem ampliar cada vez mais o diálogo,não apenas sobre a transposição, mas também sobre  diversas outrasobras apontadas como possíveis de ser realizadas ou planejadas paraserem realizadas na região do São Francisco”, afirmou.

Sobrepossíveis impactos negativos da transposição, o coordenador do Programade Revitalização do São Francisco disse que “qualquer obra tem impacto”,mas ressaltou que tudo já teria sido avaliado tecnicamente pelo Ibama.“Nós, o Ministério do Meio Ambiente, estamos focados na revitalização”,enfatizou.

O Programa de Revitalização do Rio SãoFrancisco, para o qual estão programados R$ 260 milhões em recursosfederais, vai destinar 80% desse total a projetos de saneamento básiconos municípios integrantes da bacia hidrográfica, da nascente à foz.O plantio de 30 milhões de mudas deárvores é um dos principais projetos do programa. Atualmente, o programa conta com 4 milhões de mudas, dentro da meta derecuperar mais de 30 mil hectares por ano. Para isso, ogoverno também está investindo na criação de 15 centros de referênciade recuperação florestal – quatro já estão iniciando suasatividades nas cidades de Paracatu e Lavras, em Minas Gerais, Petrolina, em Pernambuco, e Aracaju, capital de Sergipe.