Produtores de soja têm cenário tranqüilo, avalia gerente da Conab

19/02/2007 - 18h55

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O engenheiro agrônomo João Paulo de Moraes, da Gerência deOleaginosas e Produtos Agrícolas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),classificou como “tranqüilo” o cenário de comercialização da soja, principalmenteporque os Estados Unidos, maiores produtores do grão, estão reduzindo sua áreade plantio de soja para aumentar a de milho, utilizado na produção debiocombustível.“O deslocamento do produto [commodity] para aprodução de energia tem dado ao produtor de soja uma margem de tranqüilidadepara a comercialização”.De acordo com ele, a competição da soja com o milho e aquestão da bioenergia e produção do biodiesel no Estados Unidos têm aumentado opreço do óleo de soja. Ele ressalta que os produtores de soja brasileiros devemaproveitar esse momento de aumento de preços e fechar negócios para vender asua produção. “Quando eles fecham negócios agora, têm uma certa rentabilidade.O custo de produção, de uma maneira geral, está um pouco menor do que nassafras anteriores por causa da questão do dólar em relação à época do plantio”,explicou.Em entrevista à Agência Brasil, João Paulo Moraes avaliou quepesquisa divulgada na semana passada pela Embrapa Cerrados (unidade da EmpresaBrasileira de Pesquisa Agropecuária), segundo a qual 61% do cerrado aindaconserva a vegetação original, aumenta as chances de o Brasil ampliar aprodução de soja dentro desse bioma.Moraes disse que, apesar de passar por um bom momento,a expansão do plantio de  soja no Brasil pode ser freada por falta deinfra-estrutura. “Nós temos o potencial, temos a tecnologia e temos a áreadisponível, mas nós temos uma limitação muito grande em termos armazenagem,logística de escoamento e estrutura portuária”. De acordo com o gerente da Conab, 75% das mais de 50 milhões de toneladas de soja que o Brasil produz por ano são destinadas à exportação. Desse total,50% são grãos e o restante, farelos e óleo.