Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil está entre os cinco países que mais emitem gases poluentes, mas sua contribuição individual para o aquecimento global é pequena, defende o pesquisador Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).“O total das emissões brasileiras de gás carbônico e metano é grande”, reconhece Nobre, que aponta o desmatamento da floresta amazônica como “maior vilão”, responsável por aproximadamente 75% da emissão de gás carbônico na atmosfera, e também a pecuária, que emite metano.Mas ele pondera que, se levarmos em conta a população do país, o índice não é tão relevante. “Quando olhamos a emissão per capita, que é com quanto cada brasileiro contribui, vemos que não é tão grande. Nossa emissão per capita de gás carbônico é menos de 20% a de um norte-americano”.Nobre defende que a ação prioritária do governo brasileiro deve ser sobre as queimadas. “Se a emissão per capita é pequena e a do setor energético deve aumentar, já que temos que crescer e oferecer mais energia, então devemos atuar com bastante rigor na redução do desmatamento”.O pesquisador diz que o cidadão comum também pode ajudar a evitar ou reduzir o aquecimento global.“É necessário que cada pessoa se conscientize da gravidade do problema e entenda com quanto cada família contribui, quanto cada um emite de gás carbônico ao usar seu veículo. As emissões têm a ver com nosso padrão de consumo. Se vamos consumir madeira vinda da Amazônia, por exemplo, é necessário verificar se ela é certificada ou se foi obtida ilegalmente. Se for carne, se é de pastagens criadas por desmatamentos ilegais. O consumidor consciente vai ser a maior arma. Mas esse nível de consciência ambiental ainda está em construção. Eu diria até que estamos um pouco longe disso”.Nesta entrevista à Rádio Nacional e à Agência Brasil, Carlos Nobre também afirmou que o aquecimento global é um problema para a atual geração, e não para as demais.