Crescimento populacional não será problema para Rondônia, diz secretário

03/02/2007 - 16h28

José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Além de ver vantagem nodesmatamento recorde em Rondônia, o secretário estadual de DesenvolvimentoAmbiental, Augustinho Pastore, não se assusta com o crescimento populacionalprevisto em conseqüência da construção de duas usinas hidrelétricas no RioMadeira.Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),a população do estado deve crescer 9,1% entre 2005 e 2008, perdendo na regiãoapenas para o Acre (10,5%).“Não vejo nisso um problema. O ZEE (zoneamentos ecológico-econômicos) jádefiniu as reservas florestais, as áreas a serem recuperadas e as apropriadaspara plantio. O governo vai investir em tecnologia nas propriedades parareceber os migrantes, aumentando a produção e melhorando a qualidade de vida.Temos 70% de floresta intacta, e dá para trabalhar bem os 30% desmatados com oaumento da produtividade”, conclui o secretário.A área desmatada de Rondônia, na verdade, corresponde a 28,5% do território,conforme demonstra estudo do IBGE.A Amazônia Legal, que compreende Rondônia, tem uma extensão de aproximadamente5 milhões de quilômetros quadrados, 59% do território brasileiro.  A áreadesmatada acumulada, de acordo com dados do Instituto Nacional de PesquisasEspaciais (Inpe), é superior a 660 mil quilômetros quadrados – aproximadamente13%. No entanto, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) afirma que o desmatamentotem diminuído e já se conseguiu a redução de 52% nos últimos anos.O ZEE, em Rondônia, permitirá o controle sobre as atividades econômicas nasregiões do estado. A pesquisa indica as vocações de cada área, seja mineradora,extrativista, agrícola ou de conservação. Desta forma, torna-se possívelrealizar planejamentos de uso ou de recuperação do solo, além de reflorestamentos,manejos florestais etc.A conselheira do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e coordenadorada Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Ivaneide Bandeira Cardoso, acusa o governo de não cumprir o que está previsto nozoneamento econômico-ecológico.